Depois de desmentir oficialmente informação de que as atividades da Ceitec , estatal federal com sede em Porto Alegre, poderiam ser encerradas até março, o governo federal deu mais um sinal de que a extinção é uma discussão séria. Em um evento promovido nesta quarta-feira (13) pela revista Voto, da Capital, em parceria com o jornal britânico Financial Times, o secretário-geral de Desestatização do Ministério da Economia, Salim Mattar (ex-Localiza), voltou a colocar na mira a produtora gaúcha de chips:
– Só as estatais deficitárias custam R$ 15 bilhões por ano ao governo. Com R$ 15 bilhões vou produzir chip pra orelha do boi em Porto Alegre (menção ao primeiro produto que a Ceitec colocou no mercado), ou vou dar creche para todas as crianças de famílias que recebem menos de cinco salários mínimos? Ou para melhorar a qualidade do armamento da polícia?
No evento, Mattar afirmou que o governo está decidido a reduzir "substancialmente" o número de estatais. Para este ano, detalhou, o governo tem como meta obter receita de US$ 20 bilhões com privatizações. Entre as áreas que citou como características da iniciativa privada, de onde o poder público tem de sair, está a de seguros e resseguros. Reforçou que atividades típicas da União seriam educação, saúde, segurança, defesa e relações internacionais. E aproveitou para criticar a Vale, dona da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho, cujo rompimento já provocou 165 mortes confirmadas:
– Este é o país que recebemos: uma gigantesca máquina burocrática que precisa ser desmantelada. Por exemplo, a Vale do Rio Doce, que foi privatizada há alguns anos, ainda é estatal. Os fundos de pensão, patrocinados pelo Estado, mantém o controle da Vale. E nós estamos aqui para reprivatizar a Vale.