Um dos efeitos de mais atraso nas obras de reforço à transmissão de energia no Estado é deixar incerto o futuro da térmica a carvão Pampa Sul, em Candiota. Quase pronta, resultado de investimento de R$ 2,5 bilhões, terá de driblar a restrição para começar a operar no início de 2019. A obra é da Engie, novo nome da Tractebel, que assumiu a marca da controladora francesa, por sua vez antes GDF Suez, segunda maior do mundo, que anunciou o abandono de fontes fósseis como o carvão.
Futuro da Pampa Sul
“Estamos estudando alternativas para mitigar o problema da falta de conexão com Ministério de Energia, Aneel, ONS. Com o novo atraso, talvez seja preciso pendurar a solução por mais tempo. Acreditamos no bom senso para resolver. Estamos bem adiantados com as negociações. A obra civil está completa, a caldeira está sendo montada. A previsão de entrada em operação é o início de 2019. Está tudo andando, com exceção dessa surpresa. Vamos encontrar saída. Estamos fazendo esforço para não ter a usina pronta e não ter conexão. É o que queremos evitar.”
O abandono do carvão
“De dois anos para cá, a estratégia do grupo passa por três Ds: descarbonização, descentralização e digitalização. Nosso portfólio no Brasil é pequeno em carvão, no máximo 15% se contar com Pampa Sul em operação. Vendemos ativos que produzem emissões de gás carbono, que representam mais de 15 bilhões de euros. Vamos focar mais em energia renováveis, eólica, solar, biomassa. Isso não quer dizer que vamos vender a qualquer preço. Não é uma desistência do projeto. É uma decisão de limpar o portfólio de geração e encontrar um sucessor para essas plantas.”
Energia solar
“Estamos no projeto de geração distribuída. Não fabricamos equipamentos, fazemos instalações. Desenvolveremos opções para quem não tem local adequado. Vamos fazer instalação maior e vender cotas para clientes que não tenham telhado. Já temos um programa com a Fiergs e queremos ajudar também farmácias, supermercados. Pensamos até em carros elétricos, temos uma empresa que faz equipamentos que dão carga nesse veículos.”