A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou o acordo que transfere da Eletrosul para a chinesa Shanghai Eletric Power a responsabilidade pela execução das obras do chamado Lote A, conjunto de reforço ao sistema de transmissão de energia no sul do país que inclui linhas e subestações. O acerto prevê prazo de até 48 meses para a conclusão das obras, mas também uma espécie de prêmio se a empresa concluir antes de 36 meses.
Uma questão que vinha travando essa definição – a participação da Eletrosul na Sociedade de Propósito Específico (SPE) criada para se encarregar dos trabalhos – foi resolvida com uma condicionante. A participação da estatal está limitada à proporção do aporte de recursos já feito pela empresa. A participação da estatal era uma condição imposta pelos chineses para se responsabilizar pela obra, devido à expertise desenvolvida ao longo dos anos.
Com a decisão, o prazo limite para a entrega das obras vai até 2021. Isso significa que os projetos que quiserem disputar o leilão do final deste ano que prevê entrega de energia em quatro anos não serão viáveis, porque há um prazo de seis meses de "garantia". A menos, claro, que o governo federal mude as regras do leilão. Depois da má experiência de bilhões investidos no Nordeste sem conexão com o sistema elétrico, as regras exigem capacidade para transportar a nova geração, com essa folga para entrada em operação.