Depois de um ano marcado por reajustes diários da gasolina e diesel, o prejuízo de R$ 5,477 bilhões da Petrobras no último trimestre e de R$ 446 milhões no acumulado do ano surpreende, mais do que analistas de mercado, os brasileiros que tiveram de arcar com o custo da nova política de preços da estatal. A dúvida instalada na cabeça de consumidores e contribuintes é qual o preço necessário a pagar para equilibrar as contas da empresa.
Conforme a apresentação dos resultados da empresa, o prejuízo bilionário provém de dois fatores: o acordo de R$ 11,2 bilhões para encerramento da ação coletiva de investidores nos Estados Unidos e a adesão da estatal a programas de regularização de débitos federais, que somaram R$ 10,4 bilhões (veja abaixo).
A surpresa no mercado quanto ao tamanho do prejuízo decorre especialmente do segundo ponto, anunciado na noite da véspera da divulgação do balanço anual de 2017. Ainda conforme a empresa, não fossem esses dois fatores, o resultado do ano passado seria de lucro líquido de R$ 7 bilhões.
Mesmo assim, resultado da surpresa do mercado, as ações da estatal caem mais de 1% no final da manhã, evidenciando que o rombo foi muito maior do que o esperado. O prejuízo gigante do último trimestre, no entanto, chama atenção porque, no mesmo período de 2016, havia sido registrado lucro de R$ 2,5 bilhões.