Foi só depois de bater na trave em várias tentativas que o ex-concurseiro "profissional", como se descreve Hélio Pacheco, decidiu trocar a sonhada carreira estável no serviço público pelo risco do empreendedorismo. Decidiu que seu gosto pela cozinha era o caminho, testou receitas, montou o cardápio atento à racionalidade e abriu a hamburgueria Severo. Isso ocorreu há menos de dois anos, e hoje a marca tem quatro lojas em Porto Alegre, uma em Florianópolis, uma contratada em São Paulo e outra que abre na quinta-feira (15) em Belo Horizonte, no coração do Savassi, bairro com uma das maiores concentrações de bares e restaurantes por metro quadrado do país. A Severo quer ser uma marca nacional.
– Eu fazia hambúrguer para a galera, todos elogiavam, decidi arriscar. Quando abrimos a primeira casa, tudo começou com o boca-a-boca – relata Hélio, advogado, sócio que responde pela operação do negócio e conta com apoio de peso sobretudo na gestão.
O sucesso da Severo Garage, na Venâncio Aires, com seus sanduíches de nomes temáticos – Chevettera, Opalão – inspirou um plano de franquias montado com ajuda de uma empresa especializada, a Focus, também de Porto Alegre. A unidade-símbolo entre as franqueadas é a instalada no Boulevard Assis Brasil, cujos resultados surpreenderam até o otimista Hélio. Conforme seu relato, o franqueado recuperou o investimento e lucrou mais R$ 100 mil em um ano.
Resultados como esse fizeram chover consultas de interessados em uma franquia da Severo. Hélio relata que já recusou ofertas de investidores que não estavam claramente dependentes do resultado do negócio para sobreviver. Sobre o motor da rede nacional que começa a se formar, o empreendedor não hesita:
– Para hambúrguer, Porto Alegre está esgotada.
E para quem pensa que virar rede nacional é ambição demais para um ex-concurseiro, Hélio vai logo avisando que a Severo tem planos para desembarcar nos Estados Unidos até 2019.