O Banco Central (BC) reiterou que pode interromper o atual ciclo de cortes no juro básico, iniciado em outubro de 2016. Por outro lado, a publicação nesta quinta-feira (15) da ata da última reunião do Copom, que ocorreu na semana passada, não fechou a porta para outra "flexibilização monetária moderada" em março, quando o comitê terá o segundo encontro do ano. Em linguagem mais simples, isso significa que uma nova poda de 0,25 ponto percentual não está descartada no mês que vem pelo colegiado.
– O Banco Central sinaliza que está querendo interromper o ciclo de cortes. Se tivesse de tomar uma decisão hoje, acredito que não haveria outra redução. Mas a próxima reunião do Copom será só daqui a um mês – avalia Marcelo Kfoury, professor da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV).
Na ata, o BC menciona o "comportamento favorável" da inflação no país. Além disso, recomenda a necessidade de reformas para a evolução da economia nacional.
– Será muito difícil o governo aprovar mudanças na Previdência, o que dificulta outro corte no juro. Por outro lado, há um fator que favorece nova redução, que é a inflação em nível baixo – comenta Kfoury.
Para o especialista, o que poderá "desempatar" essa situação é o cenário internacional.
– Se o câmbio não for afetado, e não subir muito até março, a porta para novo corte não estará fechada – projeta.
Com a poda confirmada na semana passada, o juro básico ficou em 6,75%, o nível mais baixo já registrado pelo BC. A próxima reunião do Copom está marcada para 20 e 21 de março. Até lá, restará a expectativa se o menor patamar será renovado mais uma vez ou não.