O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, nesta quarta-feira (7), por unanimidade, reduzir a taxa básica de juro da economia brasileira, a Selic, em 0,25 ponto porcentual – de 7% apara 6,75% ao ano. Este é o nível mais baixo já registrado pelo Banco Central (BC), cuja série histórica começou em 1986.
Desde agosto de 2016, quando estava em 14,25%, a Selic tem sofrido uma série de cortes. A queda desta quarta-feira é a 11ª redução consecutiva no indicador.
Sócio-diretor da Fundamenta Investimentos, Valter Bianchi Filho aposta em uma parada nos cortes depois desta quarta, pois o Copom deve, por cautela, segurar o juro em 6,75%, avaliando se movimentos no mercado internacional, que causam alta do dólar, são passageiros ou mais intensos. Ele também afirma que uma eventual aprovação da reforma da Previdência, que ele acredita ser muito difícil de ocorrer, poderia deixar a Selic em até 6%.
— Com a reforma da Previdência aprovada, dá uma melhorada na expectativa das contas fiscais, que é um fator inflacionário no Brasil. O fato de o governo gastar mais do que arrecada pressiona a inflação. Então, a reforma da Previdência vai determinar se de fato o juro vai parar de cair em 6,75% ou se vai reduzir ainda mais.
Impactos na economia
Aplicações financeiras
O impacto mais imediato da redução do juro básico, segundo analistas, recai sobre quem compra títulos públicos, pois esses investidores lucram com a Selic em alta. O corte não é vantagem para os "poupadores".
Inflação
A Selic é o principal instrumento do Banco Central para controle da inflação. Como a inflação está em baixa, o Copom segue reduzindo a Selic para tentar incentivar o consumo dos brasileiros e a produção nas empresas.
Empresas
O corte no juro pode incentivar a reação de empresas que buscam crédito mais barato para investir. Consequentemente, a alta na produção das companhias pode levar a novas contratações e aliviar o quadro de desemprego no país.
Consumo
Ao reduzir a Selic, o Copom também busca alavancar o consumo no país. Com taxas de juro menores nos bancos, a tendência é de redução no custo do crédito para compra de bens pela população.