Como se esperava, o Banco Central (BC) cortou mais uma vez o juro básico, em 0,25 ponto percentual. Como se previa, avisou que essa poda deve marcar o fim do atual ciclo de redução da taxa Selic. Como em raras vezes, foi explícito no aviso: “vê, neste momento, como mais adequada a interrupção do processo de flexibilização monetária”. Na avaliação de Cristiano Oliveira, economista-chefe do Banco Fibra, o final do ciclo de baixa independe da situação no mercado acionário global, mais arriscada desde a segunda-feira em que a bolsa de Nova York mergulhou 4,6%. Mas pondera:
– Os eventos recentes adicionam motivos para o BC encerrar o ciclo.
Oliveira está entre os economistas que preveem o fim do “interregno benigno” para a economia brasileira e as latinas. A expressão se refere ao longo período em que o juro ficou muito baixo nos EUA e inundou países emergentes de investimentos em busca de maior retorno. E prevê:
– Será um estreitamento muito rápido.
Apesar da parada e do “fim do interregno”, Oliveira segue otimista em relação à economia brasileira em 2018. Argumenta que boa parte dos cortes que levaram a taxa básica de 14,25% para 6,25% ainda não se refletiu no lado real, ou seja, não chegou a quem contrata financiamento. O tempo estimado para que os efeitos dos cortes se produzam está entre seis e nove meses. Em cálculo aproximado, as taxas para o consumidor de crédito caíram o equivalente à metade dos cortes acumulados.