Depois de três anos de marcha a ré engatada, a economia gaúcha voltou a andar para frente. Em 2017, a alta no Estado chegou a 2,13%, mostram dados do Rio Grande do Sul do Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), do Banco Central (BC).
O crescimento no Rio Grande do Sul equivale ao dobro do avanço registrado pelo Brasil. No ano passado, o país teve elevação de 1,04%, conforme o BC. O IBC-Br é considerado uma espécie de prévia dos resultados oficiais, expressados pelo Produto Interno Bruto (PIB), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A metodologia, no entanto, é diferente. O instituto apresentará o desempenho da economia brasileira em 2017 na próxima semana. No Rio Grande do Sul, é a Fundação de Economia e Estatística (FEE) que se encarrega da tarefa – o resultado será publicado no fim de março.
– A economia gaúcha melhorou no ano passado. M, em 2016, havia caído mais do que a brasileira. Com a base mais deprimida, é natural que o crescimento do Estado seja maior no momento de retomada – pondera a economista-chefe da Fecomércio-RS, Patrícia Palermo.
A “prévia do PIB” do país foi apresentada pelo BC no começo da semana. Já os dados do
Boletim Regional, com os números detalhados do IBC-Br para todos os Estados, serão detalhados hoje, mas já estão disponíveis no site da instituição.
Para o restante do ano, Patrícia projeta que a retomada econômica persistirá tanto no país quanto no Estado. A reação nos próximos meses, afirma, terá o consumo como combustível.
– O cenário para o Estado e para o país é bem semelhante. A retomada no consumo tem relação com a melhora no mercado de trabalho, que ainda não é nada excepcional.
Em 2018, não há dúvidas: haverá crescimento porque a economia está em ciclo de ascensão – menciona Patrícia. Entre analistas, o que provoca inquietação em relação ao futuro da atividade no Brasil – e, consequentemente, no Estado – tem relação com as incertezas que rondam as eleições de outubro.
– Hoje, a economia apresenta certo descolamento da política nacional. Mas a grande dúvida é o que deverá acontecer depois das eleições, a partir de 2019 – argumenta Patrícia.
*Colaborou Caio Cigana