O Banco Central confirmou, nesta segunda-feira (19), que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deixou a recessão no retrovisor depois de dois anos no vermelho. Em 2017, o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) teve alta de 1,04%. Por tentar antecipar o resultado oficial da economia – que será divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na próxima semana –, o indicador é conhecido como a prévia do PIB.
Nesta entrevista, o economista e coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia, Ricardo Balistiero, avalia o que está por trás do avanço no ano passado e projeta o que poderá ocorrer daqui para frente no país.
Nível de reação
"O IBGE deve confirmar crescimento do PIB bem próximo de 1%, assim como mostrou o IBC-Br. O resultado vem em linha com o que o mercado financeiro espera. A volta do crescimento é uma grande notícia depois da recessão que atingiu o país."
Retomada cíclica
"Uma economia não sobe nem cai para sempre. Move-se em ciclos, e o Brasil leva muito a sério isso. Crescemos e caímos em seguida. A recuperação cíclica é um sinal de que o país deixou a recessão para trás. Com a baixa capacidade de articulação do governo Dilma (Rousseff), talvez houvesse crise mais longa. Além da recuperação e das reformas no país, há contribuição do setor externo. Esses três fatores permitem que tenhamos cenário de crescimento em 2017 e 2018."
Próximos meses
"Em 2018, o avanço do PIB deve ficar na ordem de 3%. A economia internacional continua com crescimento razoável. Isso ajuda o Brasil. Mesmo que o país não consiga implementar a reforma da Previdência neste ano, teremos alta na casa de 3%. Se as mudanças nas aposentadorias forem aprovadas em 2019 ou 2020, auxiliarão no crescimento no médio e no longo prazo."
Incerteza nas urnas
"A grande notícia para a economia em 2018 seria a aprovação da reforma da Previdência. Mas isso não acontecerá neste ano. Esperamos que desponte nas eleições um candidato que não seja aventureiro, porque dará estabilidade ao país. O calendário político é muito importante para a manutenção segura da agenda de reformas."