Mesmo com o abandono da votação da reforma da Previdência, confirmado no início da semana, o mercado financeiro segue com o sorriso no rosto. Com alta de 0,29%, a bolsa de valores de São Paulo alcançou nesta quarta-feira (21) os 86.051 pontos, renovando o seu maior nível na história no fechamento de uma sessão. Ao longo do dia, o índice Ibovespa até chegou a romper a barreira dos 87 mil pontos, mas perdeu força na parte final do pregão.
– O que continua ajudando a bolsa é o cenário internacional, considerado positivo no momento. No ambiente interno, a queda no juro básico acabou aumentando o número de investidores. Isso dá suporte para a alta – avalia o economista Alexandre Espírito Santo, da Órama.
Desde que Michel Temer assumiu a Presidência, a proposta de reforma na Previdência foi vista com bons olhos pelo mercado. Para Espírito Santo, outro fator que explica o resultado positivo na bolsa, apesar do abandono da votação das mudanças no sistema de aposentadorias, é o fato de os investidores não estarem tão focados no horizonte de curto prazo:
– Parece que o mercado, e eu não necessariamente concordo com isso, pensa que o candidato presidencial que será o vencedor das eleições fará reformas no país a partir de 2019.
Para os próximos meses, analistas projetam que a bolsa deverá seguir em patamar semelhante ao atual. Segundo Espírito Santo, o que pode azedar o humor dos investidores é alguma mudança abrupta no cenário internacional.
– Trabalhamos com hipóteses. A questão política de Trump nos Estados Unidos é um risco. Mas, até onde a vista alcança, o cenário é favorável no Exterior – pontua o economista.
Com o avanço desta quarta-feira, a bolsa acumula alta de 12,6% em 2018. O recorde anterior, de 85.530 pontos, havia sido registrado na véspera.
– A alta é espetacular. A bolsa subiu bastante, e pode subir um pouco mais, apesar das incertezas – frisa.