Após o recesso de Carnaval, o mercado financeiro reabre nesta quarta-feira (14) no país com atenção voltada ao enredo da volatilidade gringa, que deve seguir ditando o ritmo das próximas sessões no Brasil. Enquanto a bolsa de valores de São Paulo esteve fechada nos últimos dois dias, pelo menos os Estados Unidos não repetiram o pânico que dominou os negócios na semana passada. Nesta terça-feira (13), o índice Dow Jones fechou com leve alta de 0,16%.
– Hoje, o grande risco para a bolsa é mais externo do que interno – pontua Valter Bianchi Filho, sócio-diretor da Fundamenta Investimentos.
O nervosismo lá fora, que surgiu após quedas intensas nos Estados Unidos na semana passada, tem reflexos por aqui. Responsáveis por quase metade dos negócios na bolsa brasileira, os investidores estrangeiros – que também costumam ditar o rumo do mercado – estão com fluxo negativo de R$ 2,5 bilhões no mês, até a quarta-feira da semana passada, último dia com dados disponíveis. No acumulado do ano, porém, o saldo é positivo em R$ 7 bilhões, graças ao grande volume de compras em janeiro.
– O mercado americano estava em patamar bastante elevado. O surto de volatilidade contaminou um pouco o Brasil. Mas a tendência é de que os mercados se estabilizem lá fora – avalia Bianchi.
Entre os acontecimentos internos que devem ter impacto sobre o ritmo dos investidores, dois seguem com maior força: as tratativas em torno de eventual votação da reforma da Previdência e as eleições de outubro.