Na semana em que empresas francesas dominaram o noticiário econômico no Brasil, desde o sai-não-sai da Fnan do país – anunciado pela matriz, negado pela subsidiária brasileira –, até o desembarque oficial no Estado da Saint-Gobain, empresa fundada no reinado de Luís XIV, passando pelo acordo da Total com a Petrobras e a compra de 26 hotéis pela Accor, a coluna selecionou filmes que ajudam a entender melhor esse complexo país. Do fausto da realeza ao terror que se seguiu à Revolução, passando pelo trauma da colaboração com a ocupação nazista e aos dramas, mesmo que vistos pelo lado mais leve, dos efeitos da imigração, essa lista dá um olhar compacto e, ao mesmo tempo, abrangente, desse país que oscila entre apostas e descrença no Brasil.
Maria Antonieta (2007)
A rainha mais conhecida por propor alimentar o povo faminto com brioches e perder a cabeça na Revolução Francesa é retratada aqui como a princesa austríaca adolescente enviada a um país estrangeiro para se casar e rejeita as exóticas regras de etiqueta e disputas familiares da dourada Versalhes. Tenta criar um universo à parte, mesmo que isso agrave a situação que acaba por explodir na revolta popular.
Danton, o Processo da Revolução (1983)
Quatro anos após a Revolução Francesa, a situação econômica da França não melhora, e os mesmos revolucionários que proclamaram a Declaração dos Direitos do Homem, valorizando os princípios de igualdade, liberdade e fraternidade passam a comandar o que passou à história como o Regime do Terror. Da aliança, os líderes Robespierre e Danton passam a uma disputa literalmente sangrenta, que como é ensinada na escola não envolve spoiler, e um deles enfrenta o mesmo destino dos soberanos.
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A Chave de Sarah (2010)
Um filme pouco conhecido sobre um episódio histórico ainda menos, o do Velo d'Hiv, ou Velódromo de Inverno: o maior aprisionamento de massa de judeus realizado na França, por franceses, durante a ocupação nazista no país durante a II Guerra Mundial. Em julho de 1942, 13.152 pessoas, um terço das quais eram crianças, são detidos. Desse total, 8 mil ficam quatro dias no Velódromo de Inverno de Paris sem água e higiene. Menos de cem sobreviveram ao envio a campos de concentração.
Que Mal Eu Fiz a Deus? (2015)
Em tom de comédia, um tema dramático para os franceses nestes dias: a postura diante dos imigrantes. No caso, os legais, em todos os sentidos. Um casal branco, católico e conservador é confrontado com seus preconceituosos pelos casamentos das filhas. É uma forma leve de abordar um tema que se tornou pesado, não só na França. Como comédia, expõe de forma palatável uma situação que vem se tornando mais complexa com o passar dos anos.