A indústria nacional avançou mais um degrau na escada que leva para a retomada do otimismo. Conforme a Fundação Getulio Vargas (FGV), o Indicador de Confiança da Indústria (ICI) subiu 2,1 pontos em setembro, para 88,2 pontos, o maior nível desde julho de 2014.
A alta é maior do que a prevista na semana passada, de 1,2 ponto. Em relação a setembro de 2015, o avanço é bem mais intenso: 14,3 pontos. Houve melhora na percepção em 12 dos 19 segmentos pesquisados.
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O indicador contempla tanto a avaliação do atual momento da economia quanto as perspectivas em relação ao futuro. No primeiro caso, o Índice da Situação Atual (ISA) aumentou 1,5 ponto em setembro, para 86,7 pontos, o maior patamar desde janeiro de 2015 (88,4 pontos). No segundo, o Índice de Expectativas (IE) avançou 2,5 pontos no mês, para 89,8 pontos, maior desde junho de 2014 (90,3 pontos).
– Na análise do presente, pesou o ajuste dos estoques, que começou em agosto de 2015. Nas projeções de futuro, teve influência a estimativa de melhora da economia principalmente em seis meses – avalia Aloisio Campelo Junior, pesquisador da FGV-Ibre responsável pelo estudo.
Apesar da alta, o ICI permanece em nível historicamente baixo. A média do terceiro trimestre deste ano, de 87,1 pontos, é a mesma do resultado do período de julho a setembro de 2014, quando a crise já se desenhava. Nos últimos anos, o topo do gráfico aparece em março de 2010, quando ficou acima de 115 pontos.
– O resultado reforça que há mais empresas comprando o cenário de eventual redução de juros e facilidade maior de acesso ao crédito – comenta.