Com alta de 8,2% nas vendas e de 10,5% no lucro líquido, a Lojas Renner teve um segundo trimestre animado. Laurence Gomes, diretor administrativo financeiro e de relações com investidores da rede, riu quando a coluna perguntou se a crise acabou.
– Os indicadores ainda são esparsos e tímidos, mas estamos nos aproximando de um cenário melhor. Ainda é preciso esperar o desfecho da crise política para o novo governo implementar reformas, mas os primeiros movimentos de ajuste fiscal já são reconhecidos pelo mercado. O fluxo de recursos para o Brasil mostra que investidores locais e internacionais estão identificando a correção de rumo.
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A rede de lojas, que inclui Camicado e Youcom, percebeu "crescimento gradual nas vendas" entre abril e julho, embalado por datas comemorativas como Dia das Mães e dos Namorados. Até as baixas temperaturas contribuíram para garantir margens maiores do que as do mesmo período do ano anterior, pondera Laurence:
– Expandimos margem em um ambiente que continua muito promocional, e a Renner continuou ganhando participação de mercado.
O executivo reconhece que o frio veio "acima do esperado" – teve comerciante que torceu para o termômetro descer, mas teve dificuldade de entregar o que o consumidor buscava. Mas Laurence avalia que a aparente "falta" na concorrência pode até ter ajudado:
– O pior, para o varejo, é sobrar.
O resultado foi um menor nível de remarcação nas peças de inverno, que contribuíram para aquecer o resultado da rede. A margem bruta da operação da Youcom, por exemplo, bateu em 61,5% no segundo trimestre, "boa", segundo o contido executivo. A receita no trimestre foi de R$ 1.464,7 milhões.