Um jogo em que o adversário escala reservas é sempre arriscado, mas a dupla Gre-Nal fez o que manda a cartilha do futebol e aproveitou as oportunidades recebidas. Se Flamengo e São Paulo escalaram reservas, azar é deles. Mas as vitórias têm construções diferentes.
O Inter venceu porque melhora a cada jogo desde que a direção demitiu Eduardo Coudet e contratou Roger Machado. O Grêmio venceu porque Tite, pensando na Libertadores, deixou todos os melhores jogadores do Flamengo no Rio de Janeiro.
Na Arena, com capacidade para 24 mil torcedores, mas recebendo apenas 18 mil, o Grêmio foi um amontoado em campo e, ainda assim, venceu por 3 a 2 com minutos de terror no fim do jogo. Dodi, Soteldo e os gols dos centroavantes Braithwaite e Diego Costa foram pontos positivos na noite quente, em Porto Alegre, que nem Monsalve seguiu no padrão Monsalve.
A posse de bola esteve na maioria do tempo com os cariocas e a cada contra-ataque do adversário ficava claro o espaço entre os setores. O tempo passa, a semana está cheia para treinos e Renato não consegue melhorar o time.
No Morumbi foi diferente. Vitória colorada por 3 a 1. Com os mesmos dias para treinar, Roger vai ajeitando o Inter e mostrando que pode buscar vaga na Libertadores do ano que vem. Ele recuperou Alan Patrick, criou Bruno Gomes na lateral e Borré, finalmente, chegou ao Brasil.
Foi um domingo (22) de duplex na Rádio Gaúcha, de vitórias da nossa Dupla, mas com cenários distintos. O campeonato do Grêmio é fugir das proximidades do Z-4 e tentar uma vaga prêmio de consolação na Copa Sul-americana.
Já o Inter, depois da reviravolta nos planos, acertou o passo e pode sonhar com as primeiras colocações no Brasileirão. Título é impossível, mas lugar no G-6 é uma realidade.
Nas coletivas, duas falas resumiram as vitórias gaúchas. Tite disse que o Flamengo jogou e o Grêmio ganhou. Perfeito. Já o Roger disse, lembrando Muricy Ramalho, que aqui é trabalho. Estamos vendo.