Embora ainda faltem duas rodadas para encerrar o Brasileirão, o Inter já pensa na próxima temporada. Em entrevista ao canal Charla Podcast, o presidente colorado Alessandro Barcellos projetou um movimento mais tímido na próxima janela de transferências, com poucas mudanças de fotografia no elenco.
— Nós fizemos uma equipe que, óbvio, vai passar por ajustes. Terão algumas saídas e chegadas, mas na ideia de manter o equilíbrio e não ter grandes investimentos. Esta é uma condição principalmente pelo ano difícil que a gente teve. Se fosse um ano em que a gente tivesse conseguido a receita que nós projetamos na sua totalidade, sem os custos que a gente teve fora da curva, com certeza teria uma capacidade de investimento maior. Mas você não pode dar um passo maior que a perna. Então, a ideia é fazer mexidas pontuais, manter o grupo naquilo que for possível e, na eventual saída, buscar qualificar com a ciência de dados, com a inteligência do nosso departamento de futebol — declarou Barcellos.
A explicação está no prejuízo decorrente da enchente que atingiu Porto Alegre em maio, aliado à perda de receitas do ano, que fará o clube encerrar com um déficit de R$ 44 milhões, após três anos de superávit.
A gestão precisou refazer os cálculos sobre arrecadação com vendas de atletas. Depois de atingir os R$ 135 milhões orçados, a avaliação é de que será preciso chegar a R$ 200 milhões, o que estabelece a necessidade de uma nova saída antes da virada do ano.
Além disso, há o entendimento de que a base de elenco montada para esta temporada pode dar conta dos torneios em 2025. Ou seja, pela fala do dirigente colorado, não serão trazidos reforços como os das últimas janelas de transferências, quando Valencia e Borré, por exemplo, desembarcaram em Porto Alegre.
— Nós montamos esta equipe fazendo um investimento que para nós é alto, mas todo o nosso investimento talvez tenha sido um jogador das três maiores receitas do Brasil. Se somar as janelas do ano passado e do início deste ano, são menores do que um jogador de, no mínimo, três clubes. Alcaraz, De La Cruz, Almada, Luiz Henrique… Um destes aí foi maior do que todas as nossas contratações. Pode somar aí Thiago Maia, Borré, Alario, Enner Valencia, Fernando… Soma todos e não dá um, tamanha é a dificuldade de fazer futebol — analisou.