Pelo menos 126 pessoas morreram e mais de cem ficaram feridas nesta terça-feira (7) em razão de um terremoto no Tibete. Vários edifícios desabaram na região, noticiou a agência estatal chinesa Xinhua. Inicialmente, 95 mortes haviam sido confirmadas, mas o número aumentou conforme autoridades locais avançaram nas missões de resgastes.
Cerca de mil casas sofreram danos em diferentes graus, já havia apontado anteriormente a agência. De acordo com o Centro de Redes Sísmicas da China, o terremoto teve uma magnitude de 6,8 na escala Richter e foi localizado no condado de Dingri, perto da fronteira com o Nepal. Os serviços geológicos dos Estados Unidos calcularam a magnitude em 7,1.
A Xinhua informou que, até as 10h (horário local) desta terça, foram registradas "repercussões múltiplas", sendo a mais forte de magnitude 4,4.
Casas destruídas
Sangji Dangzhi, 34 anos, dono de um supermercado no condado de Tingri, muito atingido pelo terremoto, disse que a situação era muito grave, com ambulâncias levando os feridos ao hospital desde cedo.
— Aqui as casas são feitas de barro. Quando chegou o terremoto, muitas casas colapsaram — afirmou.
O canal central de televisão da China, CCTV, disse que o condado de Dingri e seus arredores sofreram fortes tremores e muitos edifícios desabaram perto do epicentro. Eles informaram ainda que o presidente chinês, Xi Jinping, pediu "esforços de busca e resgate em grande escala, minimizando as vítimas ao máximo possível, realocando adequadamente os moradores afetados e garantindo sua segurança e bem-estar no inverno".
O primeiro-ministro chinês, Zhang Guoqing, foi enviado ao local do desastre para orientar as buscas às vítimas. O governo ainda anunciou o repasse de 100 milhões de yuans (aproximadamente R$ 82,5 milhões, na cotação atual) para socorro em situações de desastre.
As autoridades locais estão contatando várias aldeias do condado para avaliar o impacto do terremoto. Eles também enviaram ajuda de emergência como tendas de algodão, edredons e outros materiais para suportar o clima severo da área, informou a Xinhua.
Baixa temperatura
A temperatura durante o dia em Dingri estava em torno de -8ºC e à tarde, a previsão é de que caia para -18ºC, segundo a Administração Meteorológica da China. Este condado de alta altitude na região do Tibete tem uma população de cerca de 62 mil pessoas e está localizado na encosta chinesa do Monte Everest.
Embora os terremotos sejam comuns nesta região, o desta terça-feira é o mais intenso registrado em um raio de 200 quilômetros nos últimos cinco anos, afirmou o centro sísmico chinês.
Zona de terremotos
O tremor também foi notado na capital do Nepal, Katmandu, localizada a mais de 200 quilômetros do epicentro, e no assentamento de Lobuche, perto do acampamento base do Everest.
— Aqui tremeu muito forte, todo mundo está acordado mas não sabemos se houve danos — comentou o funcionário do governo, Jagat Prasad Bhusal, na região nepalesa de Namche, perto do pico mais alto do mundo.
O porta-voz do Ministério do Interior nepalês, Rishi Ram Tiwari, disse que até agora não houve relatos de danos ou mortes, mas que as forças de segurança foram destacadas.
O Nepal está localizado em uma falha geológica onde a placa tectônica índica pressiona a placa euroasiática, o que causou a formação da cordilheira do Himalaia e faz com que os terremotos sejam frequentes na área. Em 2015, quase 9 mil pessoas morreram e mais de 22 mil ficaram feridas por um terremoto de magnitude 7,8 no Nepal que destruiu mais de meio milhão de casas.
Os tremores do terremoto desta terça-feira também atingiram o estádio indiano de Bihar, mas não há registro de feridos.
Em janeiro do ano passado, três pessoas morreram e dezenas ficaram feridas por um terremoto de magnitude 7 na região montanhosa da fronteira entre a China e o Quirguistão. Um mês antes, outro terremoto no noroeste da China matou 148 pessoas e deslocou milhares na província de Gansu.