Estamos todos carentes de uma Seleção Brasileira que nos orgulhe. As eliminações para Bélgica e Croácia nas últimas Copas do Mundo foram doloridas. Antes, houve o fracasso histórico diante da Alemanha. Mas o nosso discurso é muito mais derrotista do que os resultados de campo.
O fato de não termos Romários, Ronaldos, Rivaldos e Cafus é algo permanentemente lamentado. É como se nunca mais fôssemos vencer. Ser campeão é muito difícil, principalmente de uma Copa do Mundo.
Sim, Neymar ainda é o jogador com maior capacidade técnica, mas quase sempre convive com lesões. No entanto, será que realimente precisamos do extraclasse? Não é a hora do coletivo prevalecer? Do processo de reconstrução iniciar por um novo time e uma nova ideia?
O ponto de partida é reconhecemos que temos um time interessante. Não há nenhum Messi, capaz de ganhar uma Copa, nem um jogador com o talento de Mbappé. No entanto, dois atacantes do Real Madrid formam nosso ataque. Os meio-campistas que atuaram contra a Inglaterra entregam mais vitalidade do que Casemiro, por exemplo. Na defesa, Beraldo mostra que será o dono da posição pelo menos nos próximos 10 anos.
É claro que nossa memória vai lembrar sempre de Romário em 94, Ronaldo e Rivaldo em 2002. O problema é sempre encontrar culpados por isso. Como se alguém precisasse ser responsabilizado pela ausência de craques. Que tal apostarmos no talento de Endrick e, principalmente, na força coletiva de um time recheado de bons jogadores? É um bom começo.