Título de um livro meu de alguns anos atrás que me granjeou muitos e muitos leitores desses que chamo amigos.
Neste mundo que me parece estar mais doente e mais perturbado do que o habitual, até no refúgio de uma casinha na Serra tudo ecoa, reverbera e inquieta.
A violência concreta, física, crime brotando em todos os cantos; a insegurança porque falta uma autoridade una e firme quanto aos cuidados com a Peste que assola o mundo; tanta gente minimizando essa doença e não atendendo a instruções e ordens de autoridades que aqui e ali parecem vacilar...
O rosário de lamentações se estenderia como pretendem estender a validade de testes que talvez salvassem vidas, mas nem foram distribuídos.
Amigos doentes, amores limitados, encontros constrangidos, e o empobrecimento... e o resto.
Acho que quase todos, em maior ou menor grau, estamos sendo atingidos pela sombra que pousou sobre o planeta como uma nuvem venenosa.
Também preciso de consolo; também quero otimismo e esperança
Para talvez se dissipar lentamente por efeito de uma vacina pela qual já se briga...
E se discute mesmo sem entender, nervos à flor da pele, pouca tolerância, pouca coragem para doçura e paciência.
Humildade zero, zero consciência de que temos de escutar médicos e pesquisadores, talvez para salvar a própria vida.
Queixas indignadas, "como!!! e o Natal? E o Ano-Novo? E a praia?".
Crianças brincando à beira de um abismo, ignorantes e sem noção, queremos cortar cabeças, logo, logo antes que alguém nos faça refletir sobre a gravidade disso que espreita e ronda... e também ataca.
Então, aqui entre as árvores que não sabem de nada disso, ou talvez conversem entre si sobre as loucuras dos pobres humanos, não acho palavras boas e bonitas para esta coluna de fim de semana. Também preciso de consolo; também quero otimismo e esperança; também ardentemente desejo que a vacina ou as vacinas sejam eficientes e abundantes e bem distribuídas por governos lúcidos e iluminados... para que a gente em algum tempo volte a uma vidinha "normal", seja lá o que isso significa para cada um, muito acima de festas e prazeres.
Hoje sem maior entusiasmo só posso pedir: CUIDADO para que as perdas não sejam maiores do que os ganhos.