Na última semana, aqui em GZH, relatei a minha relação difícil com a corrida. Nunca corri na rua. Jamais cogitei participar de uma prova oficial como a Maratona de Porto Alegre. Mais do que estar fisicamente preparado para encarar o desafio de dividir os 8,5km da rústica com a minha companheira Alice Bastos Neves, a cabeça também precisa estar em dia. Já aprendi na primeira temporada de Caminhos para a Vitória, no ano passado, com a prova da pista, que o psicológico é fundamental no processo.
No final de semana passado, já fiz de carro o trajeto da prova do próximo domingo (12). Pensei: é importante fazer o reconhecimento do terreno. Qual será o trajeto? Quando terá algum trecho de subida e descida nas ruas? Qual o melhor momento para alternar a corrida com a caminhada. Com certeza, não vou conseguir manter a mesma velocidade durante todo o percurso. Carregar 150kg não é mole!
Confesso, que eu estou muito ansioso para chegar logo a hora. Receber o bastão da Alice e encarar meus 4,25km. Na última segunda-feira (06), contando com o apoio dos professores Amanda Ferreira e Diego Paixão e a supervisão do Ignaldo Rosa fui encarar uma corrida fora de esteira, usando o entorno do estádio do Parque Esportivo da PUC-RS. Foi o momento de sair da zona de conforto. Dentro da moderna academia climatizada é tudo mais fácil. Na rua, fica a impressão de que você está empurrando o chão. Em cima da esteira parece que ela te ajuda e o esforço é menor.
Dentro do complexo esportivo da PUC encarei trechos com areia, que estava molhada depois da chuva, uma subida e descida em uma ponte em cima do estacionamento e a parte do pátio com calçamento. Com a supervisão da Amanda, fiz um trabalho na esteira alternando trechos de 100m caminhando, alternando para 100m correndo. Depois aumentamos para 200m cada. Fui bem! Na rua, para a minha surpresa, eu aguentei 2,15km direto correndo. Jamais… Eu disse JAMAIS, eu consegui isso na vida. Fiquei feliz demais!
Com todas as minhas limitações, eu mostrei, para mim mesmo, que posso. Eu POSSO! Claro, que quando a perna começou a pesar, a dor vem na altura das canelas, e os batimentos passavam do limite de 170bpm (batimentos por minuto) era hora de tirar o pé do acelerador para chegar até o final. Consegui completar 4,31km, mais do que será na rústica, em 35m34s. A umidade do ar estava alta e ajudou na respiração. Vou fazer o meu melhor no domingo pela manhã. Não vejo a hora de dar o primeiro passo. Terça-feira (15), no Globo Esporte na RBS TV, todo mundo vai poder conferir o resultado do primeiro desafio da segunda temporada de Caminhos para a Vitória.