Deixando de lado as polêmicas de arbitragem no Morumbi, a partida do Grêmio contra o São Paulo demonstrou um bom controle das ações por parte do time de Renato Portaluppi. A exceção foram os primeiros minutos, quando o tricolor paulista teve mais posse de bola, sem ameaçar a meta de Vanderlei. Mas o Tricolor vem tendo um problema recorrente: a dificuldade de criar chances claras de gol.
A produção da equipe gremista no Brasileirão ainda está muito aquém da necessidade de quem entra para brigar por títulos. Até agora, o ataque marcou 17 gols em 15 partidas. Para fazermos uma comparação, somente Thiago Galhardo, pelo Inter, tem 14 gols. Há outro dado que precisa ser avaliado: os dois últimos colocados na tabela, Goiás e Bragantino, fizeram 19 gols, mais que o Grêmio. Somente Athletico-PR, Fortaleza e Coritiba tem ataques piores.
Coloco agora um dado preocupante. Mais da metade dos gols gremistas no Brasileirão foram assinalados por apenas dois jogadores. É ruim ser dependente de poucos atletas. O atacante mais efetivo do Tricolor é Pepê, que fez cinco gols. Os números apontam que Diego Souza, artilheiro do Gauchão, ainda está devendo na competição nacional. Só balançou as redes quatro vezes. Renato Portaluppi precisa encontrar uma forma para que os meias contribuam mais no processo. É preciso mais efetividade na jogada ofensiva.
Como exemplo, cito Alisson. Ele executa muito bem as tarefas defensivas e de movimentação. Mas no ataque, o número de gols marcados é muito pequeno. O próprio Jean Pyerre, que vai retornando aos poucos e será titular na sequência, precisa marcar mais gols. Na Libertadores, em cinco rodadas, o Grêmio marcou um gol por jogo. De novo, Pepê é o atacante que mais meteu na rede dos adversários - duas vezes. Por isso, os dirigentes seguem na busca de outro atacante definidor. O argentino Churín, do Certo Porteño-PAR, pode ser uma boa alternativa naquilo que o mercado oferece.