O risco de analisar uma vantagem lógica e que acabou sendo folgada, no duelo entre um time de maior qualidade contra a adversário que joga como franco atirador, é sempre complicado. Olhando friamente para o 2 a 0 construído pelo Grêmio sobre o Caxias no Centenário, indica que o título do Gauchão 2020 está definido. Tudo isso não é desmerecer o time da serra. Claro que estamos acostumados com as surpresas do futebol. Mas não dá para tapar o sol com a peneira. O tricampeonato gremista é questão de tempo.
A atuação do Grêmio foi eficiente. Não teve show. Em alguns momentos não foi moldada na intensidade dos movimentos. O Tricolor, naturalmente, impôs a sua maior qualidade. O meio-campo do Grêmio teve os principais personagens. Matheus Henrique ditou o ritmo do jogo. Alta rotatividade do camisa 7. A parceria com Maicon, deixou o ex-capitão livre para chegar mais à frente. Com isso, Jean Pyerre pode fazer o que mais gosta, ser o carteador da equipe, distribuindo-a bolas para os companheiros, como em um jogo de pôquer.
Vale destacar a parceria entre Pepê e Isaque. Mostrando entendimento, trocando de função. Inclusive quando saiu o primeiro, quando Isaque deu a assistência para Pepê. A grande preocupação é que amos saíram lesionados e podem ser desfalques para o segundo jogo da final no domingo às 4 da tarde. Importante ressaltar Everton, que entrou na sua segunda partida com a camisa do Grêmio e marcou um golaço, que vai concorrer ao Prêmio Bucha da RBS TV. No resumo da ópera, o Tricolor jogou suficiente para confirmar a superioridade que se projetava.
Já o Caxias foi batalhador. O trabalho do técnico Rafael Lacerda tem todos os méritos. A equipe lutou bravamente durante os 90 minutos. Sentiu um pouco o período de quase um mês sem partidas oficiais após a eliminação do segundo turno no jogo contra o Ypiranga. O time grená começou mais impositivo na etapa final. Chegou a marcar um gol através de Ivan, que acabou anulado pelo VAR acionado pelo árbitro Jean Pierre Lima.
Falando no lateral-direito do Caxias, Ivan foi o protagonista da equipe no jogo. todas as bolas paradas são dele. Seja para chutar a gol ou para colocar bola aérea do adversário. Apoia e defende bem. O meia Diogo Oliveira também esteve nas principais jogadas. Participativo. Vale destacar também a dupla de volantes Carlos Alberto e Juliano, exímios marcadores.
Agora, na Arena no próximo domingo (30), o Caxias terá que fazer uma atuação história, beirando ao heroísmo. O Grêmio precisa ter um desempenho péssimo. É muito difícil acreditar em um placar de três gols de vantagem a favor da equipe da serra. A conquista gremista que se aproxima é mais do que merecida. Só que é importante valorizar todo o esforço que o Caxias fez para estar na decisão e tem todo o mérito de ter faturado o primeiro turno da competição, a Taça Ewaldo Poeta.