Há um processo de reconfiguração em andamento no Inter em todas as instâncias do vestiário. E essa é uma manobra perigosa de se fazer em pleno mês de agosto, com o time em crise técnica e tendo o Z-4 nos calcanhares. Mesmo que tenha cinco jogos em atraso, o aproveitamento é de meio de tabela, o que reflete a produção.
O ponto aqui é que, prestes a virar o turno, o Inter muda a fotografia de comando técnico, direção de futebol e time ao mesmo tempo. O que exige ser certeiro nas mudanças. Ou o preço poderá ser salgado.
Roger Machado chegou há 25 dias e recebeu um time em transformação. O lado direito todo saiu. Primeiro Mauricio, depois Bustos e, agora, Vitão. Por coincidência, eram os três titulares mais jovens, os responsáveis por puxar acelerar o jogo. Ou seja, ele está remontando um time.
Tanto é que Rogel estreou dias depois de chegar, há uma busca por um lateral-direito, Bernabei ganhou lugar e Ricardo Mathias saiu do sub-20 para ser solução mágica no segundo tempo de domingo (11).
Tudo isso acontece em meio à aplicação de novas ideias de futebol e, principalmente, outra metodologia de trabalho. A retaguarda desse contexto todo também mudou da semana passada para cá.
José Olavo Bisol assumiu como vice de futebol e, está claro, com mais ação e voz que o antecessor, situado no organograma anterior como uma figura mais política e simbólica. Será com ele o comando até a remontagem da estrutura, a partir da demissão de Magrão.
Havia no Inter um projeto de montar um vestiário com várias camadas, do executivo ao coordenador técnico, passando por gerente de futebol e de mercado. Tudo isso acabou concentrado na figura de Magrão, afogado pelo excesso de poder.
A partir de agora, o Inter busca a reconfiguração total nas três instâncias: bastidores, casamata e campo, que depende para render do sucesso das duas primeiras.
É um desafio e tanto. Sem margem para erro.