Abel Ferreira desce em Caxias do Sul com um time que pode começar com seis jogadores feitos na sua base. As ausências ajudam. Estão de fora Gustavo Gómez, Murilo, Zé Rafael, Raphael Veiga, Lázaro e Rômulo. Nem cito aqui Bruno Rodrigues, que sofreu a segunda lesão séria seguida no joelho.
Isso faz com que Abel aposte na gurizada. Mas há, também, um projeto do clube de valorização da base. Em 2015, o Palmeiras buscou João Paulo Sampaio para coordenar as categorias inferiores. Por oito anos, Sampaio comandou a base no Vitória, onde havia sido jogador e treinador dos meninos.
Em 2015, você deve lembrar, Paulo Nobre era o presidente e havia montado um grupo com jogadores rodados e dado a eles contratos de quatro, cinco anos. Esse era o tempo que Sampaio tinha para desenvolver a base de um clube que pouco aproveitava quem formava. Assim foi.
Cicero Souza, na passagem como gerente de futebol, me contou que o plano do clube a partir de 2018 era trabalhar com 27 ou 28 jogadores no profissional, incluindo os três goleiros. Quando fosse necessário repor, a ordem era buscar na base.
Assim, o Palmeiras fortaleceu seu trabalho de formação. Alimentou o time e recheou os cofres: Gabriel Jesus, Danilo, Artur, Endrick, Luís Guilherme, Estêvão. Tudo isso porque um projeto foi pensado e seguido à risca. Nada acontece por acaso.