A volta de Geromel à defesa na decisão, se confirmada, representará um ganho incalculável ao Grêmio. Mais do que a questão técnica, há a liderança técnica que ele representa.
Geromel, garante quem convive nos bastidores do vestiário, está longe de ser um líder daqueles que tocam o coração dos companheiros com frases de efeito ou trovejam palavras que silenciam o ambiente. Pelo contrário, é até mais caladão e que participa em momentos pontuais, quase nunca com declarações retumbantes. Sua ascendência sobre o grupo se dá, mesmo, é no combo completo, de referência com a bola nos pés e pela história construída nestes 10 anos de Grêmio.
É verdade que o Geromel de 38 anos está muito distante daquele zagueiro que, até 2022, jogava com frequência, sempre em alto nível. Desde a cirurgia sofrida no começo da temporada passada, não consegue engatar uma sequência de jogos. Em 2023, ficou de fora de sete das 64 partidas do time.
Neste ano, em dois meses, teve uma lesão na mão antes da estreia, e perdeu os jogos contra Caxias, na Arena, e a primeira partida da final, no Alfredo Jaconi. Na fase classificatória, Renato usou o zagueiro de maneira mais comedida, privilegiando os confrontos em Porto Alegre. Todo o trabalho do Grêmio foi para deixá-lo apto a jogar na partida de volta da final.
Seu retorno é observado como acréscimo de experiência e de tranquilidade para o momento decisivo. Sem contar que o jogo de sábado pode ser sua despedida de uma grande final na Arena. O contrato de Geromel vai até junho apenas. Na renovação, em dezembro, ficou definido que uma nova rodada de negociação seria iniciada tendo como base seu rendimento no semestre.