O Novo Hamburgo levantou a taça de campeão gaúcho em 2017, sendo, até então, o último time do interior do Estado a vencer o torneio. Depois do título, o clube passou por uma reformulação e, por algumas temporadas, brigou para não cair. Neste ano, fatidicamente, acabou sendo rebaixado pelo saldo de gols. Com a recente queda, muitos gaúchos se questionaram por onde andam os jogadores daquele lendário Noia. Portanto, aqui, a coluna responde.
Na histórica campanha de 2017, comandado por Beto Campos, o Noia sagrou-se campeão do Gauchão, eliminando o Grêmio na semifinal e decidindo a final contra o Inter, nos pênaltis. Naquele ano, inclusive, foram seis jogos contra a Dupla Gre-Nal e nenhuma derrota.
Por onde andam os campeões do Gauchão de 2017 pelo Novo Hamburgo
Matheus Cavichioli
Um dos principais destaques da campanha do Novo Hamburgo que terminou com o título gaúcho foi o goleiro Matheus Cavichioli — na final, ele defendeu o pênalti de Nico López. O camisa 1 do Noia foi eleito o craque do Gauchão de 2017.
Logo após a conquista, foi vendido ao Juventude, que recém tinha conquistado o acesso à Série B do Brasileirão. O goleiro ficou no time da Serra até o final de 2018. Após, ele foi transferido ao Oeste, de São Paulo, para a disputa do Paulistão e, posteriormente, ao Guarani. Na sequência, Cavichioli chamou atenção do América-MG, que acabou sendo o destino do jogador em meados de 2020. Logo de cara, o atleta virou uma das referências da equipe de Belo Horizonte. Ele vestiu a camisa do América por 160 vezes — sendo esse o clube em que ele mais atuou. O goleiro acabou perdendo espaço na segunda metade de 2023 e foi vendido ao Água Santa, de São Paulo, no início de 2024. Ele é o reserva da equipe paulista.
Leo
O lateral-direito do Noia em 2017 era jovem Leo. Hoje, com 30 anos, após passagens por clubes como Náutico, Cuiabá e Londrina, Leo está no Guarany de Bagé, que ficou em quarto colocado na primeira fase do Gauchão e enfrentará o Juventude pelas quartas, neste sábado (9). Ele chegou ao clube para esta temporada e é reserva da equipe. Até então, atuou em três partidas. No ano passado, jogou pelo Pelotas, na Divisão de Acesso, e em 2022 integrou o elenco do Anilado.
Pablo
Do pé direito do zagueiro Pablo saiu o gol que levou o Novo Hamburgo para a história ao definir as cobranças de pênalti decisivas na final do Estadual de 2017. Depois do Noia, ele atuou no Luverdense pela Série B de 2017, que acabou rebaixado para a terceira divisão nacional. No RS, o defensor também atuou por São Luiz, Aimoré e, mais recentemente, pelo São José, entre 2021 e 2022. No momento, está no Sampaio Corrêa-RJ.
Júlio Santos
O companheiro de zaga de Pablo no Gauchão de 2017 foi o defensor Júlio Santos, que era uma liderança daquele elenco. Revelado pelo São Paulo na mesma época de Kaká, o zagueiro chegou a jogar no Tours, da França, entre 2008 e 2010. Após a conquista do Novo Hamburgo, foi transferido para o Boa Esporte, de Minas. Voltou ao Noia em 2018 e, por último, em 2019, atuou no Cruzeiro, de Cachoeirinha. Logo após, pendurou as chuteiras e virou treinador. Comandou o Gramadense na temporada 2022.
Assis
Na histórica final de 2017, Assis cruzou na área colorada e o zagueiro do Inter Ernando cabeceou contra o próprio gol, ainda no primeiro tempo. Após vestir as cores do Anilado, o lateral-esquerdo jogou por Paraná, Náutico, Ypiranga, ASA e voltou ao Noia em 2018. Ele se aposentou em 2023, atuando pelo próprio Anilado.
Amaral
Outro jogador que foi disputar a Série B daquele ano foi o volante Amaral, que no time de Beto Campos tinha com marca forte a marcação, dando suporte à defesa. Ele foi contratado pelo Náutico. Em 2018, atuou pelo juventude. No ano seguinte, retornou ao Noia e ficou fazendo um bate-volta com alguns clubes até 2023, quando foi vendido ao Brasil de Pelotas. Neste ano, foi contratado pelo Santa Cruz, que acabou em último no Gauchão e foi rebaixado — Amaral jogou em 10 das 11 rodadas do Estadual.
Preto
Preto, capitão do Noia na conquista de 2017, foi um dos únicos remanescentes do clube. Hamburguense, a cabeça pensante daquele time sempre teve uma relação afetuosa com o clube, já que no início dos anos 2000 havia iniciado a carreira no Anilado e conquistado a Copa Emídio Perondi em 2005. Ele ficou no clube até 2019, quando anunciou sua aposentadoria. Em seguida, ele fez parceria com o treinador Edinho Rosa. Juntos treinaram o Aimoré em 2022 que, por ironia, é o maior rival do Novo Hamburgo. No ano passado, assumiram o próprio Novo Hamburgo em um momento de turbulência, onde ficaram até o rebaixamento de 2024, quando foram demitidos do clube.
Jardel
Jogador de boa mobilidade no meio, taticamente aparecia tanto auxiliando na marcação quanto com chegadas ofensivas. Depois do título, o meia foi ao Londrina para a disputa da Série B daquele ano. Ainda com vínculo com o clube paranaense, Jardel foi emprestado ao Operário, também do Paraná. Em 2022, atuou pelo Pelotas e, posteriormente, se aposentou.
Juninho
O meia Juninho durante aquela campanha dividiu protagonismo com Preto. Permaneceu com vínculo com o Anilado até 2019, quando foi vendido em definitivo ao Botafogo-PB. Neste ano, foi contratado pelo Luverdense para a disputa do Campeonato Mato-Grossense.
Branquinho
O ponta Branquinho, hoje com 34 anos, está atuando no Itabirito(MG), que disputa a primeira divisão do Campeonato Mineiro. Por lá, ele atuou em oito jogos. No Noia, destacava-se por ser um jogador de velocidade e presença pelas pontas. Após o título pelo Novo Hamburgo, o atleta rodou por vários clubes do país, dentre eles o Brasil de Pelotas.
João Paulo
O artilheiro do Novo Hamburgo na campanha do título foi o centroavante João Paulo, com 6 gols. Após bons números com a camisa do Noia, ele chamou atenção do Juventude, que o contratou para disputar a Série B daquele ano. Depois, foi vendido ao Caxias. Seu último clube foi o Brasil de Farroupilha, que está na Divisão de Acesso.
Léo Carioca
Léo Carioca não era titular absoluto da equipe do Novo Hamburgo de 2017, mas atuou na maioria dos jogos. Logo após a conquista, foi vendido ao Náutico, que acabou como lanterna da segunda divisão do Brasileirão naquele ano. Hoje, aos 38 anos, está aposentado. Seu último clube foi o Guarani de Venâncio Aires.
Lucas Santos
Revelado pelo próprio Novo Hamburgo em 2013, o atacante Lucas Santos atuou em em 12 jogos no Gauchão de 2017. No ano seguinte, foi para o União Frideriquense. O atleta acabou se aposentando cedo, aos 28 anos. Seu último clube foi o Inter de Santa Maria.
Beto Campos
O histórico time do Novo Hamburgo de 2017 era comandado pelo treinador Beto Campos. Ele foi o responsável por orquestrar aquele grupo, que teve uma base formada por Benhur Pereira em 2016. Logo após o título gaúcho, ele assumiu o Náutico e, posteriormente, o Criciúma — ambos disputavam a Série B do Brasileirão. Ele voltou ao Noia em 2018 e saiu logo após o término do Gauchão. Em julho daquele ano, Beto sofreu um infarto e acabou falecendo aos 54 anos, deixando a torcida do Noia enlutada.
*Colaborou: Leonardo Bender