Depois de 20 anos e um título histórico de Gauchão, o Novo Hamburgo está fora da elite. Caiu e jogará seu futuro na Divisão de Acesso em 2025. Pagou o preço de quem ganhou só duas partidas no campeonato. Foi rebaixado pelo saldo, para tornar ainda mas lancinante a dor na torcida. Mas ela sabe que, havia dois anos, o time flertava com o perigo. Não foram as quatro últimas rodadas sem ganhar, foi um combo inteiro.
O ano de 2024 para o Novo Hamburgo
O Novo Hamburgo, para você ter ideia, só avançou os matas depois do título duas vezes, nos de 2019 e 2020. No ano seguinte ao título, por exemplo, escapou do rebaixamento por um ponto apenas. Em 2021, se livrou pelo mesmo saldo de gols que o derrubou nesta temporada.
Agora, com o baque da queda, o clube se prepara para disputar a Série D do Brasileirão e a Copa FGF. Nesta semana, surgiu um rumor sobre vender a vaga na competição nacional, por conta das dificuldades financeiras. Porém, o presidente Jerônimo Freitas descartou a ideia:
— Não existe e nunca existiu a chance do Novo Hamburgo abrir mão da disputa da Série D. A história de que o São Luiz poderia comprar a vaga foi boato para tumultuar nosso ambiente.
Jerônimo concedeu entrevista coletiva nesta quarta-feira (6). Anunciou a saída do técnico Edinho Rosa e tentou explicar motivos que levaram ao rebaixamento. Também tentou acalmar seu torcedor, receoso de que o rebaixamento seja o começo de um longo inverno na Segunda Divisão.
O restante da temporada começa com a busca por um novo técnico. Jerônimo disse que três nomes estão numa lista. Dois deles estão empregados no momento. A imprensa do Vale do Sinos levantou a possibilidade de Gerson Gusmão, ex-Caxias e oriundo de Novo Hamburgo, ser o novo técnico. Porém, ele estaria em outro patamar, segundo o dirigente. Outro nome ventilado, mas sem confirmação, é o de Lucas Isotton, que treinou o Concórdia de Santa Catarina no estadual e foi, durante algum tempo, auxiliar de Itamar Schülle - que já comandou o Noia.
Sobre o grupo, o presidente explicou que apenas seis jogadores ainda têm vínculo: o goleiro Lucas Maticolli, Santiago, João Scarduelli, Robson, Barbieri e Dionatã. Em contato com a coluna, ele explicou que Garré, Tanque e Édipo estão negociando renovação de seus contratos. Os demais já estão de saída. Um novo grupo será formado, com a chegada de 12 a 14 nomes.
O Novo Hamburgo tem até meados de abril para se preparar para a Série D, a competição mais espinhosa do futebol brasileiro. São 64 clubes para quatro vagas no final. Tudo começa com oito grupos de oito clubes. Os quatro melhores de cada avançam. A partir daí, serão três mata-matas até o sonhado acesso. O grupo do Novo Hamburgo tem Avenida, Brasil-Pel, Concórdia-SC, Hercílio Luz-SC, Barra-SC, Maringá-PR, Cianorte-PR e Cascavel-PR. O calendário está garantido até setembro, quando se encerra a fase classificatória. Em paralelo, tem a Copa FGF, que se inicia em agosto e garante vaga na Copa do Brasil.
— Um clube como o Novo Hamburgo precisa de R$ 4 milhões para fazer futebol o ano inteiro e atualmente nossa verba anual é de cerca de R$ 2,2 milhões.
Campanha do Novo Hamburgo no Gauchão
- Brasil 0x0 Novo Hamburgo
- Novo Hamburgo 2x1 Santa Cruz
- Novo Hamburgo 0x1 Avenida
- Ypiranga 1x1 Novo Hamburgo
- Novo Hamburgo 1x0 São Luiz
- Grêmio 2x0 Novo Hamburgo
- Novo Hamburgo 1x1 Juventude
- Guarany 2x0 Novo Hamburgo
- Novo Hamburgo 1x3 Inter
- São José 3x0 Novo Hamburgo
- Novo Hamburgo 0x1 Caxias
*Colaborou: Leonardo Bender