A Uefa distribuiu, nesta segunda-feira (4), aos inscritos em seu canal de mídia, um vídeo didático em que explica as mudanças na fórmula da Liga dos Campeões e também na Liga Europa e na Conference League. A alteração na forma de disputa já havia sido anunciada no dia 21. Porém, o que chama a atenção no vídeo é a linguagem visual adotada, com elementos que remetem ao digital, à tecnologia.
Foi algo muito pensado e estudado. Aliás, essa mudança na fórmula da Champions League traz uma mensagem muito clara ao mundo do futebol, do quanto é urgente se reinventar e se manter atraente aos olhos e mentes das Gerações Z e Alpha, os consumidores acelerados e multitelas que desde agora ditam os rumos do mercado. Nós, aí no Brasil, precisamos parar a bola, colocá-la ao centro e perceber com olhar atento o que a Uefa está fazendo. Só o jogo em si já não se basta. Faz tempo. E olha que estamos falando aqui da maior e mais glamurosa competição de clubes do mundo.
O que a Uefa busca com a nova Liga dos Campeões é fazer com que os times tenham mais jogos e que cada um deles tenha peso de decisão. Mesmo que seja um Real Madrid x Sheriff Tiraspol no novo Santiago Bernabéu, a Disneylândia do futebol europeu. A nova fórmula afasta qualquer risco de termos jogos sem valor ou enfadonhos. Se para alguém com menos de 20 anos beira o impossível ficar 90 minutos concentrado apenas no jogo, imagina se esse jogo pouco vale para classificação. Em dezembro, por exemplo, o Barcelona, com a vaga nas oitavas encaminhada, jogou com time misto contra o Royal Antwerp, na Bélgica. Isso, a partir de 2024/2025, será impensável.
A fase classificatória terá uma tabela geral com os 36 clubes (eram 32 até a atual edição). Eles serão didividos em quatro grupos de nove. Cada time jogará oito partidas, quatro fora e quatro em casa. Cada grupo terá dois dos oito melhores do ranking. Haverá um confronto contra um Top 8 em casa e outro fora.
Ao final dessa fase, os oito melhores classificados no ranking geral avançam direto para as oitavas. Os clubes posicionados entre nono e 24º, disputam um mata-mata. Quem ficar entre 25º e 36º, volta para casa.
Acabou a vaga na Liga Europa, o que para muitos clubes grandes em crise técnica era constrangimento que descambava para o desinteresse. Todas essas mudanças fazem parte do movimentoda Uefa de fazer o futebol sobreviver em um mundo digital e com dezenas de concorrentes pela atenção do consumidor jovem. A mensagem final do vídeo não esconde a estratégia: "Um novo e emocionante futuro para o futebol europeu de clubes".