Neste sábado (2), o Inter Miami recebe o Orlando City, no clássico da Flórida. O jogo ainda está sem batismo. Há quem o chame "El Clásico del Sol". Outros tentaram fazer colar o Sunshine StateDerbi. Houve ainda a tentativa com o SunPassico (péssimo) e Florida Derby. Na verdade, o nome do clássico é a menor das preocupações da MLS e do Inter Miami. Neste momento, tanto o clube de Messi e a liga contam em milhares os dólares atraídos pelo argentino.
Messi recém começa sua trajetória nos EUA. Fez 14 jogos em 2023, participou de alguns amistosos na pré-temporada e vai para a terceira rodada da MLS neste sábado. O suficiente para revolucionar o futebol norte-americano e mostrar que David Beckham não era um ás do marketing apenas nos tempos de jogador. A partir da chegada de Messi, vieram as de Busquets, Jordi Alba e, por último, Suárez e Fede Redondo, volante comprado ao Argentinos Jrs. e filho do grande Fernando Redondo. Todos esses movimentos e a atenção despertada na mídia fizeram o valor do clube aumentar 72%. Antes de Messi, estava avaliado em US$ 600 milhões. Agora, vale RS$ 1,03 bi, o que o inclui nos top 20 de mais valiosos do mundo. A cifra o coloca à frente de clubes tradicionais da Premier League, como West Ham, Everton, Newcastle e Aston Villa.
Beckham e seu sócio, o norte-americano descendente de cubanos, Jorge Más Santos, já começam a colher os frutos do pesado investimento em Messi. A franquia vendeu o naming rights de seu estádio em Fort Lauderdale para o banco JP Morgan Chase. A partir de agora, a casa provisória de 21,5 mil lugares se chamará Chase Stadium. O banco tem ações de peso no mercado esportivo dos EUA: Madison Square Garden, US Open, GP de F-1 de Miami, Chase Center, endereço do Golden State Warriors, e o Atlanta Hawks. A cada do Inter Miami é sua primeira incursão no futebol.
A pré-temporada do time já foi uma volta ao mundo. O clube andou 37 mil quilômetros em três semanas. Passou por El Salvador, Dallas, Arábia Saudita, Hong Kong e Japão. Voltou com a mala cheia pelas cotas generosas. Todos esses movimentos fazem as projeções de faturamento para 2024 bater em US$ 200 milhões. Há dois anos, o clube fechou a temporada com US$ 56 milhões. Ou seja, terá um aumento de 257%. Será a primeira vez que uma franquia da MLS ultrapassará a barreira de US$ 200 milhões em receitas.
Os outros 29 times da liga também surfam nessa onda criada por Messi. Só para a estreia do craque, a Apple vendeu 110 mil novas inscrições do MLS Season Pass, o pacote de PPV da competição. Os preços dos ingressos para jogos do Inter Miami estão inflacionados. É casa cheia sempre, em casa ou fora. A Adidas sua para dar conta da demanda de camisas do time. A fila de espera já é contada em meses.
O "caso Messi" precisa ser escrito e transformado e livro para que todo o mundo possa ver como se transforma um clube periférico, de uma liga secundária, em sucesso absoluto de marketing esportivo. Não é de graça. O investimento por trás é grande. Os números extraoficiais apontam que Messi receba mais de US$ 20 milhões anuais do Inter Miami, além de participação nos lucros com novos assinantes do PPV da MLS e na venda de camisas do seu time. Aliás, seja aqui em Barcelona ou em Porto Alegre, é comum se ver nos estádios alguém com a camisa rosa das "garças", agora quase tão populares como Mickey e Minnie, os donos da área.