Há uma característica neste Inter, a de jogar por demanda. Precisa estar espremido por uma situação para dar uma resposta. Foi assim no Gre-Nal, contra o Santos e contra o Vasco. Repetiu-se neste domingo. Venceu o Cruzeiro em um jogo crucial para se descolar do Z-4 e ganhou um respiro. Porém, ainda falta mais uma vitória para atingir os 45 pontos e poder encaminhar o final de temporada sem sustos.
Há uma outra característica deste Inter do segundo semestre. Quando jogadores do meio para a frente cansam e é preciso trocá-los, há uma queda de rendimento. O que é compreensível quando se trata de futebol brasileiro. Trocar três meias ao mesmo tempo afetaria qualquer time da Série A. Principalmente, se eles são jogadores como Alan Patrick e Aránguiz.
Foi assim no Mineirão. O Inter fez 2 a 0, estava com a vitória encaminhada e precisou mexer no time. Sem nomes da mesma característica, Coudet tem colocado zagueiros e volantes. Puxa o time para trás e busca fazer um jogo de controle. O que é um risco. Um erro, como o de Bustos que permitiu o gol do Cruzeiro, faz com que era tranquilidade se transformasse em tensão. Assim foi contra o Vasco e se repetiu no Mineirão. O Cruzeiro até bola no poste nos últimos sete minutos.
A lição que a reta final de Brasileirão deixa está muito clara: quem assumir o comando do clube terá de complementar o grupo com mais alternativas. Ninguém sobrevive, em um calendário tão carregado, com um time titular e apenas duas ou três alternativas mais confiáveis. O Inter é a prova disso. Boa parte do caminho está feita na montagem do grupo. Agora, chegou a hora do acabamento.