Foi um excelente Gre-Nal, o último do ano e um presente para os torcedores. O Inter fez 3 a 2, teve chances de construir até uma goleada, pela sua superioridade. Mas estamos falando do maior clássico do Brasil, e ele tem reviravoltas e guinadas de roteiro.
Foi com o que o Grêmio nos brindou, superando suas dificuldades e limitações, equilibrando o jogo nos últimos 30 minutos e terminando a partida em cima, pressionando e buscando um empate que pareceu inverossímil em mais de três quartos da partida. Para o Inter, o Gre-Nal mostrou seu poder e força.
O clássico, pela sua história é capaz de levantar quem estava nocauteado e reanimar uma torcida que veio em grande número dar e receber apoio. O que se viu no Beira-Rio foi um abraço entre campo e arquibancada depois da dolorida eliminação na Libertadores.
Para completar a tarde vermelha, além de vencer o grande rival, o time teve uma atuação de altíssimo nível, com superioridade técnica e mostrando poder ofensivo. Fez 3 a 2, mas se não fossem essas curvas que existem em um Gre-Nal, poderia ter deixado o Beira-Rio até mesmo com um placar maior.
Coudet teve vitória sobre Renato pela primeira vez depois de seis clássicos. Manteve seu time agressivo, marcando alto e transitando com rapidez até o gol. Terminou o primeiro tempo com sete arremates contra nenhum em Rochet. A única intervenção do goleiro foi em uma cobrança de falta.
Pelo lado do Grêmio, os 45 minutos iniciais reproduziram dificuldades que vêm apresentando fora da Arena ao longo do Brasileirão. Há pouca capacidade de marcação no meio, o que deixa expostos seus zagueiros, e dificuldades para chegar à frente com rapidez. Alan Patrick, posicionado às costas dos volantes, carteou o jogo e criou o tempo todo. Havia ainda dificuldade para sair de trás, com Geromel e Kannemann, que faziam ligações diretas.
Renato fez as mudanças no intervalo, abriu o time, e o segundo tempo começou com o Inter ainda mais incisivo. Fez 2 a 0, levou o gol de João Pedro, em um lance acidental. Foi de canhota, em rebote de escanteio, no primeiro chute a gol, em falha de Rochet. Tanto que, dois minutos depois, com muito espaço, fez 3 a 1.
Seguiu à frente, buscando ampliar e levou o segundo, em lance criado e executado por Suárez. Aliás, se o Grêmio está tão alto na tabela, muito ele deve ao uruguaio. A partir daí, Renato acionou o modo ataque. Coudet, o modo defesa.
O Grêmio passou a colocar atacantes, o Inter, volantes e zagueiros. Tanto que os últimos 15 minutos foram de pouco jogo. A lição do Fluminense, em que cedeu a virada nos últimos 10 minutos, foi aprendida na carne. O Inter se fechou, segurou a vitória e sorriu. O que parecia impossível depois da quarta-feira.