Uma análise rápida pode dizer que o G-4 e a vitória escorreram das mãos do Grêmio por dois minutos. Até os 48 do segundo tempo, trazia para Porto Alegre uma vitória que saía bem melhor do que a encomenda. A noite em Itu foi de pânico nos primeiros 45 minutos, em uma atuação preocupante, de um apontamento para o futuro no segundo, com uma formação usando dois atacantes por dentro, e dois jogadores abertos nas extremas.
No saldo final, o 1 a 1 acabou sendo até um bom resultado para o Grêmio, embora o tenha deixado em sexto lugar e a dois pontos do G-4. Mais do que análise do resultado, a partida contra o Ituano reforçou o quanto a Série B é uma estrada cheia de curvas acentuadas e dificuldades. Ainda mais para um gigante que vira o time a ser batido para todo mundo.
A primeira lição a ser entendida do jogo em Itu é de que nome, camisa e contracheque têm peso zero na Série B. O Ituano, como havíamos antecipado, é um clube-empresa organizado, com bons valores e perfil de Série B. Ou seja, sabe jogar a competição e faz da permanência nela sua Copa do Mundo.
A segunda foi de que, talvez, a emergência criada pelo primeiro tempo assustador tenha trazido para Roger uma nova ideia de time. Ele lançou Elkeson ao lado de Diego Souza por dentro e abriu dois extremas. Fez de Bitello e Villasanti dois internos. O time ficou equilibrado e eliminou os espaços do Ituano. Tanto que chegou ao 1 a 0 e vencia até dois minutos do fim. Gabriel, como era previsto, sentiu o jogo, muito físico, e Elias esteve abaixo demais.
A terceira lição, essa mais prática, cobra de Roger um ajuste urgente na bola aérea defensiva. O Ituano cabeceou quase todas. Houve cabeceio na trave, cabeceio salvo por Brenno, cabeceio rente ao poste e, por fim, cabeceio que virou gol. Até quinta, contra o Criciúma, esse é um entre tantos temas de casa.