Vitão. Zagueiro com histórico de seleções de base, firme por baixo e por cima e com boa saída de bola. Vitão é uma contratação que se encaixa no perfil do que procura o Inter. Jovem, 22 anos, e com potencial para crescer. Mas, e há sempre o mas, topar trazê-lo por três meses é uma aposta alta.
Pode ser que, ali em julho, o Shakhtar o chame de volta. Ou o negocie, percebendo que o cenário na Ucrânia levará mais tempo para encontrar uma solução. O melhor, nesse caso, seria o Inter buscar um negócio mais perene, um jogador que desembarcasse em Porto Alegre com a certeza de que, na última rodada do Brasileirão, ele estaria ainda aqui. Ainda mais que, em julho, a tendência é de que Bruno Méndez também deixe o Beira-Rio, já que o Corinthians pede US$ 6 milhões por 50% dos direitos econômicos. Assim, o Inter corre o risco de ter uma zaga titular até julho apenas. Tomara que a aposta colorada dê certo e que Vitão fique aqui até dezembro.
E Tetê. Para que eu não seja acusado de contraditório. Há 15 dias, defendi a contratação de Tetê pelo Grêmio, que até tinha prazo definido de validade. Em 28 de junho, ele fecharia as malas e tomaria o caminho da Europa. Porém, no caso desse negócio, há algumas distinções que, na minha opinião, são importantes.
Tetê é um atacante decisivo. Faz gols e está numa prateleira europeia que os clubes brasileiros só acessam por foto ou em casos especiais, como seria esse de agora. No caso do Grêmio, ter de graça um jogador que brilhou na última Liga dos Campeões, para ajudar em um terço da Série B, significaria clarear o caminho de volta à elite. São circunstâncias diferentes as que vivem Inter e Grêmio hoje.
O Inter molda um time de longo prazo. O Grêmio precisa, urgentemente, sair de onde está e qualquer ajuda extra é bem-vinda. Acrescente-se a isso o fato de que, em um time de futebol, um atacante que desequilibra, mesmo que por 15 jogos, é mais raro do que um bom zagueiro. Por fim, o fato de Tetê, em dois minutos, ter resolvido a vida do Lyon em sua estreia é quase autoexplicativo.