Mano Menezes deixou claro, sem ser direto, o lugar em que escalará Edenilson no seu Inter. Anote ai: numa linha de três, pela direita. Não usou exatamente essas palavras, mas, como diz a minha mãe, "para bom entendedor, meia palavra basta". Questionado na entrevista coletiva de apresentação sobre Edenilson, Mano desconversou primeiro. Disse que ainda não tinha um time na cabeça. Porém, sobre o lugar de Edenilson, usou um argumento inquestionável: o usará na posição que o levou à Seleção Brasileira. "Isso já um indicativo forte", arrematou.
Para quem não se lembra, Edenilson foi convocado a primeira vez por Tite em agosto, para os jogos contra Chile, Argentina (aquele interrompido pela Anvisa) e Peru, que seriam disputados no começo de setembro. Na época, nove jogadores da Premier League não puderam atender à convocação, e Tite teve de fazer uma segunda chamada.
Edenilson era o principal jogador do Inter de Diego Aguirre. Três semanas antes, tinha sido um dos nomes no 4 a 0 sobre o Flamengo, no Maracanã. Jogando pela direita, numa linha de três completada ainda por Taison, mais centralizado, e Patrick, aberto na esquerda. Atrás deles, Lindoso e Dourado protegiam a área.
Mano costuma usar em seus times o mesmo sistema. Assim, deve repetir a fórmula. O lugar está longe de ser estranho para Edenilson. No 4-1-4-1 de Odair e Abel Braga, ele era o interno, o meio-campista por dentro na segunda linha de quatro.
No Inter de Coudet, atuava numa linha de três à frente de um primeiro volante e atrás de dois atacantes, no 4-1-3-2 do argentino. Edenilson ainda foi chamado mais duas vezes por Tite, para as datas-Fifa de outubro e novembro (nessa, para substituir Casemiro, suspenso, no segundo jogo, contra a Argentina). Na Seleção, que ataca em um sistema 2-3-5, Edenilson foi um volante, inclusive sendo o jogador que guardou mais posição.