Marcelo Gallardo está muito próximo de levar para o seu River Plate os dois atacantes platinos buscados pelo Inter nos Estados Unidos. Um deles, aliás, já está lá. Ezequiel Barco chegou, se apresentou no fim de janeiro e estreou no fim de semana, ao entrar no segundo tempo contra o Unión Santa Fé. Veio por empréstimo de um ano, com os direitos fixados. No mesmo modelo que o Inter propunha. Porém, Gallardo entrou no circuito e, numa conversa diretamente com o jogador, o convenceu a tomar o caminho do Monumental de Núñez.
Agora, o técnico está muito perto de levar para lá Taty Castellanos, o centroavante argentino que brilhou no futebol chileno antes de tomar o caminho do New York City, o braço do City Group na MLS. O River oferece US$ 10 milhões a serem pagos em quatro anos. Seriam US$ 5 milhões numa fase inicial da operação e o restante sendo pagos ao longo dos quatro anos.
A MLS, que é quem fiscaliza as negociações, pede prazos menores. Nesta quarta-feira, haverá uma reunião para bater o martelo. O River tem até o domingo, quando se encerra o prazo de inscrições, para fechar essa transação.
O negócio mostra o quanto o River está com fôlego e um passo bem à frente do Inter. Os argentinos venderam Julián Alvarez ao Manchester City em um negócio que envolveu US$ 24 milhões. O Inter, por 65% de Yuri Alberto, receberá cerca de US$ 21 milhões. Porém, a era vitoriosa comandada por Gallardo desde 2014 faz com que o River forme e venda jogadores e se mantenha sempre forte para se renovar. O investimento em Taty Castellanos, 23 anos, não é o maior feito neste período sob o comando de Gallardo. O River pagou, em 2018, 11,5 milhões de euros ao São Paulo.
Castellanos está na mira do Palmeiras desde abril do ano passado. Uma primeira investida fracasso, embora já estivesse com tudo alinhavado com o jogador. Os paulistas voltaram à carga na virada do ano. Porém, ofereceram algo em torno de US$ 8 milhões. O Inter tentou uma composição, mas recuou diante da insistência do City Group em receber, pelo menos, US$ 11 milhões. É essa quantia que o River pretende gastar para colocá-lo ao lado de Álvarez, pelo menos até a metade do ano, quando ele se mudará para Manchester.
Gallardo colocou como exigência para renovar por mais um ano a formação de um time capaz de acabar com a hegemonia brasileira na Libertadores, que vem desde 2019, com Flamengo e Palmeiras. Perdeu Carrascal para o CSKA, mas já havia trazido de volta, por exemplo, Juan Quintero.
Taty Castellanos é mais um daqueles argentinos que não titubeiam em buscar a sorte longe de casa. Descoberto em Mendoza pelo ex-centroavante Leopoldo Luque, campeão do mundo em 1978, tentou a sorte aos 16 anos no River e no Lanús. No River, foi reprovado no segundo dia de testes. No Lanús, o consideraram franzino demais. Um ano e mais alguns "nãos" depois, decidiu arriscar no outro lado da Cordilheira, onde morava o pai, chileno. Foi acolhido pela Universidad de Chile. As chances rarearam. Porém, os olheiros do City Group o perceberam e o levaram para Montevideo City Torque.
No Uruguai, decolou. Tanto que Domenèc Torrent, então técnico do NY City o chamou para jogar na MLS em 2018. Os gols despertaram a atenção da seleção chilena. Mas ele recusou o chamado. Queria jogar pela Argentina, o que aconteceu no Pré-Olímpico de 2020, na Colômbia. Agora, ele está próximo de voltar a Buenos Aires. E ao River que o reprovou aos 16 anos.