Alexander "Cacique" Medina é o técnico no qual o Inter ajustou o foco. O uruguaio de Salto, 43 anos, conterrâneo de Cavani e Suárez, tem contrato se encerrando com Talleres até o dia 31 de dezembro. O clube argentino abriu conversas, mas estabelece o fim de semana como data limite para definir uma permanência. Embora saiba que o interesse de um grande clube brasileiro torna a disputa desigual, pelas diferenças financeiras entre o mercado local e o nosso.
Inclusive, em Córdoba, já se especula candidatos para uma possível saída de Medina. A lista tem Eduardo Domínguez, outro nome cotado no Beira-Rio, Sebastián Becaccece, Diego Flores, do Godoy Cruz, e dois uruguaios, Paulo Pezzolano e, olha só, Diego Aguirre.
O fato é que o Inter está munido de todas as informações sobre Medina. Mapeou suas ideias de jogo e variações táticas, conversou com jogadores que trabalharam com ele, como Guiñazu, que foi seu capitão e, depois, auxiliar técnico. Também investigou as características de Medina. Ele importou para a carreira de técnico seu temperamento dos tempos de jogador. Sempre foi intenso, enérgico e se destacava muito mais pela disposição e entrega em campo do que pela brilhatura. Assim, fez sucesso no futebol uruguaio e chegou à seleção.
Seus times exibem em campo esse mesmo espírito que ele tinha nos tempos de atacante. São agressivos na marcação, procuram ocupar o campo adversário, tentam o protagonismo e o controle do jogo a partir de ações rápidas. Em entrevistas concedidas na Argentina, Medina sempre defendeu a ideia de que seu time atue da mesma forma em casa e como visitante.
Assim, fez nos últimos 30 meses campanhas consistentes. Neste ano, disputou até as rodadas finais o título argentino com o River e perdeu nos pênaltis a final da Copa da Argentina para o Boca. O destemor de enfrentar os grandes do país rendeu-lhe o apelido de "Tumba Gigantes" (Derrubador de gigantes, na tradução livre). Seu Talleres venceu Boca, River, Independiente, Racing e San Lorenzo, o G-5 do futebol dos vizinhos.
É apostando nessa imagem e nas ideias que se assemelham muito às de Eduardo Coudet que o Inter fixa seu olho em Medina. Acrescente-se a isso o fato de, a cada semestre, remontar o Talleres e mantê-lo competitivo, mesmo com investimentos modestos.