O Inter precisa se preparar para a valorização de Bruno Méndez. Os primeiros sinais, embora restritos à especulações e sem qualquer confirmação, já surgiram no horizonte, com seu nome vinculado ao Atlético de Madrid. Talvez porque haja uma linha sucessória uruguaia na zaga que começou com Godín, titular em nove temporadas e capitão em boa parte delas, e agora Giménez.
O fato é que Bruno Méndez chegou sem alarde ao Beira-Rio e virou uma das peças responsáveis por estabilizar um setor, até então, vulnerável. Com ele como zagueiro, foram oito jogos — na estreia, ele começou como lateral, contra o São Paulo. Nesses oito jogos, em seis, o Inter saiu sem levar gols. Até agora, com a dupla Bruno Méndez e Cuesta, a bola só entrou nas redes do Inter contra o Athletico-PR — derrota de 2 a 1 — e o Fluminense — vitória de 4 a 2. Ou seja, a média é de meio gol por jogo com o uruguaio na zaga.
Bruno, 21 anos, pode ser uma aposta de futuro do Inter. Mas será alta. O Corinthians topou emprestá-lo até junho de 2022, mas com os direitos fixados. O Corinthians pagou, no total, US$ 4,2 milhões (R$ 22,6 milhões) por 50% do uruguaio ao Montevidéo Wanderers, no começo de 2019. É o que estipularam ao Inter caso queira ficar com ele em definitivo.
A boa relação com o procurador do zagueiro e com o Corinthians, no entanto, faz o executivo Paulo Bracks apostar numa flexibilização para que se negocie esse valor. Bruno era uma convicção de Bracks e da direção, há algum tempo. As conversas se iniciaram ainda na Era Miguel Ramírez. A percepção no Beira-Rio é de que ele tem características distintas às dos demais zagueiros do grupo.
O fato é que Bruno encaixou no Inter e começa a ganhar visibilidade. O que traz um risco. Em caso de proposta por ele, o Inter precisa ser consultado. Se pagar a multa, fica com o uruguaio. Caso contrário, ele segue adiante.
Aos 21 anos, o zagueiro ainda sonha com a Copa de 2022. No Uruguai, seu cartaz é alto, por ter sido capitão da seleção sub-20 no Sul-Americano e no Mundial de 2019. No final de 2018, as lesões de Godín e Giménez fizeram com que Óscar Tabárez fosse buscá-lo na sub-20 para amistosos contra Brasil e França. Em cinco dias, ele encarou Neymar, Firmino, Richarlison, Griezmann, Mbappé, Griezmann e Giroud. Saiu-se bem e mostrou personalidade. Por isso, não tira a Celeste do horizonte. Ainda mais com essas boas atuações por aqui.