Há um trabalho a se feito por Miguel Ángel Ramirez no Inter e que requer alguma urgência: desencabular Carlos Palacios, o chileno de 20 anos trazido do Unión Española. É nítido que o único investimento feito pelo clube até aqui, em 2021, está contido.
Talvez o impacto da mudança brusca em sua carreira seja a razão do acanhamento. O Unión Española é um clube de menor porte e vive à sombra das universidades, Católica e do Chile, e do Colo-Colo. É quase um clube de colônia. Organizado, competitivo, mas que nunca entra no campeonato nacional como candidato ao título.
O sucesso na temporada 2020 fez com que Palacios trocasse o futebol chileno pelo brasileiro, um clube intermediário por uma camisa pesada. É bom frisar que a discrição no comportamento é um traço do perfil de Palacios. Mesmo com toda a badalação em torno dele no Chile na temporada passada, chamava atenção pelas poucas palavras, conforme me relata o repórter Rodrigo Fuentealba, do diário La Tercera. Porém, se fazia perceber com a bola no campo.
Aqui, porém, essa desenvoltura em campo ainda não apareceu. Ele teve bons momentos contra o São José e o Aimoré, com passes de primeira para a infiltração de Edenilson, principalmente, e, no segundo jogo, uma interação maior com Galhardo.
Talvez o fato de estar atuando pelo lado esquerdo, diferente do que costumava fazer em seus melhores momentos no Chile, tenha interferência nisso. Essa inversão de lado, no entanto, deve estar perto de acabar. Taison será o dono do lado esquerdo. Porém, Ramírez precisa usar do seu espanhol para fazê-lo se sentir no Beira-Rio como se estivesse em Santiago.