A perspectiva de mais uma temporada sem público nos estádios e a divida elevada a curto prazo forçarão o Inter a vender, pelo menos, uma de suas joias na janela do meio do ano. A rubrica de negociações de jogadores no orçamento para 2021 prevê uma receita de R$ 90 milhões com negociações de atletas. Pela cotação atual, não se trata de um valor absurdo. São 13,3 milhões de euros ou US$ 15,9 milhões. Essa cifra ainda foi baixada pela nova gestão. Inicialmente, estavam previstos R$ 115 milhões no orçamento.
As últimas negociações, no entanto, mostram que a pandemia também impactou o caixa dos grandes europeus. As últimas negociações de jogadores de ponta ficaram na casa dos 20 milhões de euros. Casos de Everton Cebolinha e Bruno Guimarães. Pepê sai para o Porto por 15 milhões de euros. Ou seja, o mercado passa por uma readequação em seus valores.
O Inter já trabalha com uma reengenharia em sua folha salarial. As saídas na virada do ano já aliviaram a folha em cerca de R$ 3 milhões. Havia salários mais elevados, como D'Alessandro e Valdívia, que terminaram o vínculo, e Zeca e Uendel, que negociaram a rescisão. Também deixaram o Beira-Rio outros jogadores de um escalão menor, como Gustavo Ferrareis, negociado com o Puebla, e Matheus Jussa, liberado para o Fortaleza.
Em entrevistas, o presidente Alessandro Barcellos e o diretor executivo Paulo Bracks não escondem que será preciso aliviar ainda mais a folha para ganhar algum fôlego nas contratações.
O Inter pretende encurtar entre R$ 25 milhões e R$ 30 milhões a sua folha anual. Isso significa diminuir em três meses um ano que, para os empregadores, tem 13,4 meses (com 13º salário e férias). Só a partir disso o clube buscará no mercado mais nomes pedidos pelo técnico Miguel Ángel Ramírez.
O primeiro foi garantido. Carlos Palácios, 20 anos, está desembarcando do Chile, ao custo de um pagamento a prestações. Os próximos, no entanto, dependerão dessa reengenharia financeira.