Paolo Guerrero voltou a jogar 204 depois da cirurgia para reconstrução do ligamento cruzado anterior (LCA). Ou seja, seis meses e 23 dias depois da intervenção, entrou em campo contra o Ypiranga. O tempo é recorde pelos protocolos médicos.
O prazo de retorno, normalmente, nessas lesões costuma passar de oito meses. A lesão de LCA é das mais complicadas para o jogador de futebol. Esse ligamento é o que dá estabilidade para o joelho. As técnicas atuais, no entanto, fazem a reconstrução sem deixar resquício da lesão. O problema maior, nesse caso, está mesmo na cabeça do atleta.
Há receio em fazer alguns movimentos e uma demora, em alguns casos, para retomar a naturalidade em campo. O caso de Guerrero, porém, surpreendeu. Sua recuperação sempre esteve um mês à frente do prazo estipulado. Mesmo que ele tenha se surpreendido ao ser chamado para entrar em campo no domingo (14), era projetado que voltasse ao time ainda em março, pela rapidez com que se recuperou.
Favoreceram a excelência do DM do Inter e o biotipo do peruano. Mas também sua disciplina. Ele comprou equipamentos semelhantes aos usados pelo clube na fisioterapia e fazia trabalhos em casa, no contraturno. Quando sentiu-se confiante, incomodou os médicos para que liberassem as corridas ao redor do gramado.
No dia 26 de dezembro, o Inter divulgou um vídeo em suas redes sociais com o peruano correndo no CT. Ou seja, pouco mais de quatro meses depois da cirurgia. Guerrero já havia surpreendido no Beira-Rio quando voltou a jogar em alto nível depois de ficar oito meses suspenso, entre 2018 e 2019. Entrou no time e desatou a fazer gols.
O empenho dele em voltar da lesão o mais rápido possível tem como foco a Copa de 2022. O preparador físico da seleção peruana visitou-o em Porto Alegre em janeiro e certificou-se de que Ricardo Gareca poderia contar com seu principal jogador na retomada das Eliminatórias, agora em março. A Conmebol cancelou a rodada.