A queda do Palmeiras na semifinal do Mundial está longe de ser acidental ou surpreendente, como foram as de Inter e Atlético-MG, que caíram para africanos. O Tigres foge do perfil dos clubes mexicanos a que estamos acostumados a assistir nessas competições.
Trata-se de um time competitivo, comandado pelo mesmo técnico desde 2009 e com jogadores de bom quilate, como o francês Gignac, os argentinos Nahuel Guzmán e Guido Pizzarro, o mexicano Javier Aquino e o brasileiro Rafael Carioca.
Há também o excelente garimpo de sul-americanos feito no México. Ou você conhecia antes disso o paraguaio Carlos González ou o colombiano Luis Quiñonez? Mas, vamos combinar, esse Tigres que ganhou do Palmeiras deu um recado ao futebol brasileiro.
O Tigres, no Brasileirão, possivelmente, estaria dentro do G-6, com boas chances de G-4. Não é melhor do que o Flamengo, mas se ombreia aos demais. Incluindo o Palmeiras. Assim como os mexicanos, o clube paulista investe pesado, tem variedade de bons jogadores em seu grupo e paga bons salários.
Ou seja, problema não foi dinheiro nem jogadores de alto nível. O que vimos em campo foi uma equipe bem treinada, com ideia clara de jogo e conceitos muito atuais, que aqui seriam tratadas como de um "Professor Pardal". Luis Rodríguez e Dueñas, os laterais, são meias de origem. E Dueñas é um destro jogando na esquerda.
Rafael Carioca é um cinco que organiza o time. Os velozes Quiñonez e Javier Aquino dão amplitude. Para completar, há Gignac, que alterna entre meia, centroavante de referência e atacante, conforme o jogo. Abel Ferreira faz um excelente trabalho no Palmeiras, mas o Tigres nos mostrou que ele precisará de tempo. E bem menos preconceito sobre formulações táticas fora da caixa que venha a fazer.