A aprovação de projeto que permitirá a construção de duas torres no entorno do Beira-Rio deu o penúltimo passo na Câmara de Vereadores. Em reunião na manhã desta terça-feira, a Comissão de Constituição e Justiça deu parecer favorável ao desmembramento de 2,5 hectares dos 15 hectares que compõem o complexo do estádio.
O que significa um sinal verde para que o projeto Gigante para Sempre vá para votação em plenário. O vice-presidente de Negócios Estratégicos do Inter, João Pedro Lamana Paiva, trabalha agora na articulação junto aos vereadores para que ele entre na pauta ainda neste ano, antes do dia 20, quando se inicia o recesso parlamentar.
Com o desmembramento desses 2,5 hectares, o Inter poderá fazer uso comercial nessa área e colocar no mercado o projeto para a construção de duas torres ao lado do edifício-garagem. Uma delas, com 130 metros, será o prédio mais alto do Estado, que poderá ser tanto comercial quanto residencial. A outra terá 80 metros e poderá ser tanto comercial quanto residencial. A rigor, o Inter usará para as duas torres apenas metade dessa área.
O restante será destinado a passeios e a uma esplanada que ligará os prédios à Avenida Padre Cacique. O acesso à torres, no entanto, se dará através da Rua Fernandão. O local contará ainda com lojas, restaurantes e um rooftop aberto ao público e que terá inclusive arquibancadas para contemplação do Guaíba e do seu por do sol.
A aprovação desse projeto será uma herança deixada pela gestão Marcelo Medeiros para o próximo presidente. A perspectiva no Beira-Rio, no entanto, é de que a crise econômica, recrudescida pela pandemia, empurre para 2022 algo mais efetivo para a concretização do projeto. O plano é abrir um edital com alcance nacional, revela Lamana Paiva, que recebeu convite das duas chapas que disputam a eleição para seguir à frente da vice-presidência de Novos Negócios.
O modelo de negócio nas duas torres é uma das apostas do Inter para injeção de novas receitas. O plano é, inclusive, a criação de uma empresa com CNPJ próprio para que faça a gestão dessas receitas e transformá-la em parceira do clube. Por exemplo: numa contratação de um jogador, essa empresa aportaria recursos e teria parte dos direitos, atuando como investidora e lucrando com futura venda.
O projeto a ser aprovado na Câmara prevê contrapartidas do Inter. Entre elas, está a construção de uma marina pública e de uma estação do catamarã. Além disso, o clube se comprometeu a fazer reformas no Asilo Padre Cacique e numa unidade de saúde da Capital, além de alargamento na Avenida José de Alencar. Os vereadores estudavam ainda incluir melhorias em escolas municipais como outras contrapartidas a serem cumpridas pelo clube.