Durou menos de uma semana a retomada do Esportivo. Na prática, foram três dias de trabalho, iniciados na quinta-feira (16). No fim de semana, os jogadores ganharam folga que acabou prolongada e virou feriadão. Na quarta-feira (22), o presidente do Esportivo, Laudir Piccoli, decidiu por voltar à quarentena e obedecer o acordo que a FGF fez com os clubes, de que todos deveriam seguir sem atividades até o dia 30 de abril.
Laudir tinha aproveitado o decreto municipal que permitia a retomada de atividades esportivas em Bento e convocou os jogadores para voltarem aos trabalhos na Montanha dos Vinhedos. O dirigente alega que interpretou mal uma mensagem de Luciano Hocsman, presidente da FGF, enviada para um grupo de WhatsApp em que estão os presidentes dos clubes do Gauchão. Disse ter entendido que a data de 30 de abril era apenas para clubes com vagas nas Séries A e B do Brasileirão.
A decisão gerou mal-estar. O presidente da FGF cobrou uma posição do Esportivo. Houve reações também de outros clubes do Interior junto à Federação. Todos disputam o prêmio de R$ 300 mil destinado ao campeão do Interior, um valor vultoso na realidade deles. Laudir justificou sua decisão pelo engano na interpretação do texto da mensagem. Não escondeu sua decepção pelo dissabor causado.
Desde o começo da semana, o Esportivo discutia internamente como voltaria atrás. Na noite de terça-feira (21), a decisão estava encaminhada e só precisava ser repassada aos demais integrantes da direção. Assim, os 27 jogadores e a comissão técnica foram comunicados da suspensão das atividades. Eles haviam voltado a Bento no dia anterior ao da decisão tomada pelo clube de voltar às atividades. Segundo Laudir, uma coincidência, já que havia marcado com antecedência para que fossem ao clube assinar o novo contrato, em que aceitaram reduzir em 70% os salários.