O Grêmio faz muito bem em revisar com lupa o passado recente de Rômulo. O histórico do volante, depois de duas cirurgias seguidas no joelho direito para reconstrução do ligamento cruzado anterior, recomenda. Em setembro de 2012, poucos meses depois de desembarcar no Spartak Moscou, ele sofreu a séria lesão em lance quase acidental — um jogador do Rostov caiu sobre sua perna.
O começo havia sido empolgante. Rômulo vinha de boas atuações pela Seleção de Mano Menezes em amistosos e na Olimpíada de Londres. Pelo Spartak, entusiasmou a torcida por marcar gol contra o Barcelona, no Camp Nou, e por jogar de área à área, tendo em sua retaguarda o ex-gremista Rafael Carioca.
Só que oito meses depois de passar pela cirurgia em Munique, na volta aos treinos, voltou a sentir dores. Os médicos recomendaram nova intervenção, essa feita em Roma. Rômulo só voltou a atuar em fevereiro de 2014. Ou seja, ficou 17 meses em recuperação, o que o tirou da Copa de 2014. Mas fechou a temporada europeia daquele ano, em maio, com 13 jogos.
Em outubro, foi chamado por Dunga para amistosos contra Argentina e Japão, para o lugar de Fernandinho, lesionado. No mês seguinte, foi mantido na lista, mas acabou cortado por lesão muscular e nunca mais foi lembrado.
O fato é que, depois das cirurgias, Rômulo nunca conseguiu uma alta taxa de jogos numa temporada. Ao todo, em quatro anos de Spartak, ele fez apenas 67 partidas (média de 16,7 por temporada). Nesse período, somados Campeonato Russo, Copa da Rússia, Liga Europa e Liga dos Campeões, o clube teve mais de 100.
No Flamengo, em sua primeira temporada, no ano passado, foram apenas 26 partidas, sendo 17 delas como titular. Atuou nos 90 minutos em sete. Neste ano, perdeu espaço e jogou menos ainda. Foram 13 partidas, sendo que, em uma delas, atuou por apenas um minuto. Começou como titular seis vezes, mas somente em uma partida atuou os 90 minutos, contra o Inter, na derrota por 2 a 1 no Beira-Rio.
O Grêmio sempre soube que Rômulo era mais uma aposta na boa mão de Renato para recuperar jogadores. Mas, diante dessas estatísticas, faz bem em investigar o estado físico do volante. Seu maior problema tem sido alcançar uma sequência maior de jogos. E isso será fundamental na Arena numa temporada que pode passar de 70 partidas em 2019.