Dias antes da final da Libertadores, entrevistei o presidente Romildo Bolzan Júnior em sua sala de vidros azuis na Arena, com vista para o viaduto da BR-448. Romildo foi taxativo: o tri da América colocaria o Grêmio no caminho do equilíbrio financeiro. Que se concretizaria em boa parte com a valorização e a venda dos seus ativos no caso, jogadores.
Pois o dia de o Grêmio fechar o mês no azul está chegando com a venda de Arthur. O volante vai fazer ingressar nos cofre da Arena R$ 120,3 mlhões. Uma babilônia suficiente para, enfim, a casa entrar em ordem.
Evidente que ninguém gosta de ver os principais jogadores saindo daqui. Perde o Grêmio, perdem os torcedores e, principalmente, perde o Brasileirão, que assim deixa de entregar ao público um espetáculo mais qualificado.
Só que somos um mercado formador e vendedor. Os clubes brasileiros ainda não encontraram uma receita capaz de abastecer seu caixa e substituir a rubrica destinada a venda de jogadores.
Mas a venda de Arthur pode significar ao Grêmio um novo momento. A partir do equilíbrio das contas, o Grêmio se livrará, por exemplo, de R$ 40 milhões anuais de custo financeiro, ou seja, dinheiro que vai para quitar débitos bancários. Imaginem essa quantia injetada diretamente em reforços.
É isso que embala os sonhos de Romildo e de toda sua direção. O caminho para chegar lá, no entanto, cobra vendas como essa, de Arthur, ou a de Walace, no início do ano passado.