Quando pisa na areia da praia, o veranista começa a compartilhar fotos e vídeos com familiares e amigos. Pela câmera do telefone celular, mostra se o mar está claro ou chocolatão. Os avós recebem imagens dos netos fazendo castelinho e pulando as ondas. O jeito de curtir a praia mudou nos anos 2000.
Você recorda dos veraneios até os anos 1990? Em outros tempos, as fotos só eram reveladas depois das férias. Lembro-me do lamento pelos filmes que queimavam. As férias ficavam só na memória, sem registro no álbum familiar.
Antes da popularização dos smartphones, as câmeras digitais fizeram a primeira revolução. Elas dispensaram o filme fotográfico. O grande avanço foi a possibilidade de seleção das fotos boas e o descarte das ruins.
No início dos anos 2000, as câmeras digitais invadiram as praias gaúchas. Em janeiro de 2005, há 20 anos, reportagem de Zero Hora mostrou que os equipamentos eram a mania do verão. Os preços das novas câmeras estavam mais acessíveis. Muitos veranistas usavam a tecnologia pela primeira vez na praia.
Em Capão da Canoa, a aeromoça Ana Cristina France Molino fazia fotos da filha Amanda e dos sobrinhos Luisa e Matheus. As imagens seriam compartilhadas pelo e-mail com pessoas em várias cidades.
O envio das imagens não era instantâneo como hoje pelo WhatsApp ou outro aplicativo. As fotos precisavam ser baixadas no computador. Pelo e-mail, eram enviadas para amigos e familiares.
Nos primeiros anos, ainda imprimi muitas fotos da câmera digital. Com o tempo, as impressões ficaram cada vez mais raras.
Não faz tanto tempo assim que as câmeras digitais viraram mania, mas para os jovens da geração do smartphone pode parecer pré-história.