Desde a abertura do Café da Catedral, a população voltou a frequentar uma área antiga de Porto Alegre. O estabelecimento ocupa o salão nobre da Catedral Metropolitana e o jardim, que fica no traçado da Rua Dom Sebastião. O ponto badalado da cidade já foi insalubre e de difícil circulação.
A Rua Dom Sebastião ligava as ruas Duque de Caxias e Fernando Machado. Em 1868, o bispo Sebastião Dias Laranjeira pediu à Câmara Municipal a abertura da via entre o Seminário Diocesano e o Palácio do Governo. Os vereadores só aprovaram, sete anos depois, a desapropriação de terreno junto à Rua Fernando Machado. Por muito tempo, a área ficou abandonada.
Em 1884, a Câmara Municipal denominou Dom Sebastião a rua que deveria ser aberta. No livro Porto Alegre: Guia Histórico, Sérgio da Costa Franco recorda que, por pouco tempo, mudaram o nome para Rua Gusmão, em homenagem ao vereador Amaya de Gusmão, presidente da Câmara Municipal, dedicado às obras na via.
Quando deixou o cargo em 1887, Gusmão descreveu o "estado insalubre e nauseabundo em que se achavam os terrenos destinados à abertura desta rua", por onde "dificilmente se efetuava o trânsito". Ele relatou que estava quase pronta a obra "com grande conveniência pública e embelezamento dessa parte da cidade".
No início do século 20, foram construídos o Palácio Piratini e a Catedral Metropolitana. Em 1929, a intendência de Porto Alegre construiu escadaria para eliminar uma forte rampa que impedia a passagem de veículos na rua.
Em data desconhecida, foi restrito o acesso do público à escadaria. O Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) construiu uma casa de bombas na parte baixa da Rua Dom Sebastião, junto à Rua Fernando Machado. Na parte alta, em 2014, foi inaugurada estátua de Leonel Brizola.
Pela escadaria de 1929, o público acessa o Café da Catedral, inaugurado em 2023.