Imagine a sua rotina em casa sem uma geladeira. Nossos hábitos alimentares não seriam os mesmos. Quando falta energia elétrica, fica mais evidente a comodidade do refrigerador. A eletricidade permitiu melhorar a conservação de alimentos pelas famílias. Sem luz nas casas, as primeiras geladeiras dependiam da reposição de gelo.
Indústrias produziam o gelo para abastecer os refrigeradores. Negócio lucrativo, por exemplo, para as grandes cervejarias que também vendiam gelo. Em comunidades do interior do Estado, onde a energia elétrica demorou para chegar, as velhas geladeiras foram usadas até a segunda metade do século 20.
No Museu Comunitário Casa Schmitt-Presser, em Novo Hamburgo, está preservado um modelo de geladeira da indústria Steigleder, de Porto Alegre. Ela foi feita de madeira, como um balcão. O revestimento interno metálico preserva a temperatura baixa.
Nas instruções, a fabricante orientava a não envolver o gelo em panos, papéis e serragem. A porta deveria ser aberta o "menor número de vezes possível". A manteiga precisava ser imersa em água, numa vasilha. Para melhorar o desempenho do refrigerador, as famílias não deveriam colocar dentro as comidas quentes.
A Steigleder começou como uma carpintaria, no final do século 19, fundada por Germano Steigleder Sobrinho. A fábrica ficava na esquina da Rua Voluntários da Pátria com Rua Hoffmann. Em propagandas dos anos 1910, a empresa oferecia os "frigoríficos", forma de denominar as geladeiras.