Por 46 anos, a Usina do Gasômetro gerou a energia elétrica da área central de Porto Alegre. A Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) suspendeu a operação às 7h50 de 12 de agosto de 1974. Chegava ao fim a produção que gerou desenvolvimento e polêmica na cidade.
A Companhia Energia Elétrica Riograndense (CEERG), subsidiária da multinacional Eletric Bond and Share, iniciou a produção no local em 11 de novembro de 1928. O carvão mineral era usado para aquecer as caldeiras e gerar energia elétrica. O nome Usina do Gasômetro teve origem na localização, na Volta do Gasômetro, região da antiga usina de gás hidrogênio carbonado, na Rua Washington Luiz.
As primeiras chaminés ficavam no telhado do prédio, situado às margens do Guaíba. Moradores da região reclamavam da fumaça escura que poluía o ar, invadia casas e sujava a roupa que estava no pátio para secar. Após muita pressão, em 1937, foi concluída a obra da icônica chaminé de 117 metros de altura.
A CEEE assumiu o controle em 1959. A principal justificativa da empresa estatal para desativar a usina em 1974 foi a mudança na ciclagem do Estado, passando de 50 hertz para 60 hertz. Com melhorias na geração e transmissão de energia, a cidade também não dependia mais da Usina do Gasômetro, que substituiu o carvão pelo óleo nos últimos anos. Os funcionários foram deslocados para outras unidades.
A construção da avenida em frente, parte do projeto da Perimetral, reduziu o tamanho do terreno. Na época, o plano era demolir o grande prédio. Graças à mobilização da sociedade, a Usina do Gasômetro e a chaminé foram salvas.
O complexo foi tombado como patrimônio histórico pelo município e pelo Estado no início dos anos 1980. Depois da restauração, abriu como centro cultural em 1991. A Usina do Gasômetro está fechada para revitalização desde 2017.